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Amigo navegante defende cotas e responde a aluna do Gilmar

O Conversa Afiada publica comentário que recebeu do amigo navegante
publicado 10/02/2011
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O Conversa Afiada publica comentário que recebeu do amigo navegante:


Feio, sujo e malvado

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Certa vez, em audiência pública no Senado sobre as cotas, ouvi a Dra. Kauffman dizer o seguinte: “Se a questão fosse exclusivamente racial, como pretende fazer crer o movimento negro, os negros seriam os principais aprovados em concurso público, porque eles não precisam se identificar, não existe a fase da entrevista, em grande parte dos concursos públicos, mas, infelizmente, não é isso que acontece. Por quê? Porque o problema não é efetivamente de cor, o maior problema para a integração dos negros no Brasil é um problema de classe, porque, infelizmente, a maior parte dos negros, no Brasil, é pobre”.


Oitenta por cento dos ricos são brancos, 70% dos pobres são negros. O analfabetismo nos brancos é 6,1%, nos negros é 14%. De 14 milhões de analfabetos neste país, nove milhões não negros, e cinco são brancos. Os brancos recebem mais, os brancos têm mais chefias, só 3% dos executivos são negros. E nas universidades públicas, mais de 90% são brancos. Isso tudo com os negros representando 50,6% da população, de acordo com a última PNAD do IBGE.


Quem diz que isso é uma questão puramente econômica, de classe, desconsidera que os brancos pobres conseguem, apesar da pobreza e com muito esforço, chegar mais longe do que os negros. Por quê? Porque os negros têm mais problemas e mais discriminações, com o extermínio da juventude negra nas periferias, a entrada precoce no mercado de trabalho e a questão da baixa auto-estima.


Tem gente que diz que a solução está na educação. Isso é um tremendo cinismo. Como disse o juiz federal William Douglas na mesma sessão no Senado, “se a partir de hoje todos os formados em medicina neste país fossem negros, todos, a gente levaria 25 anos para que o percentual de negros médicos fosse igual ao percentual de negros na população”. E a turma que já está na faculdade, ou que sem ter esta oportunidade teve que começar a trampar mais cedo? Como fica este pessoal do gap?


Doutora, comece a observar nos restaurantes caros que a senhora frequenta, nos clubes e eventos aonde vai, nos balcões das companhias aéreas e nas lojas mais caras dos shoppings quantos negros a senhora encontra? Certamente o percentual não chega a 50,6%, como seria de se esperar caso estivéssemos num país racialmente equânime. Nestes lugares, a concentração de pessoas com olhos azuis chega a ser maior do que na Escandinávia. Onde estão aquelas suas amigas negras da escola? Chegaram à faculdade ou à magistratura junto contigo? Ou ficaram nas peneiras, nos funis, ou pelo meio do caminho?


Clique aqui para ler “Aluna e professora do Gilmar trabalha para o PFL e combate cotas”.

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