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Dilma preside debate da Globo. Serra não foi. Estava no telefone

O debate da Globo seria “decisivo”. Foi o oposto
publicado 30/09/2010
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O debate da Globo seria “decisivo”.

Segundo o PiG (*) e seus colonistas (**), no debate da Globo o jenio ia trucidar a Dilma.

Foi o oposto.

Dilma desmoralizou a platéia tucana, quando riu por ela dizer que todas as doações da campanha estavam registradas.

Dilma fica melhor quando vai para o ataque.

Não tem nenhum Ricardo Sérgio nas finanças da campanha da Dilma.

Dilma explicou muito bem o papel das UPPs no combate à violência urbana.

Dilma explicou os planos de expansão das ferrovias.

E, mais importante, ela explicou por que vai fazer um Governo de coalizão com o PMDB.

Dilma falou como Presidenta.

O Serra não foi ao debate.

Quando conseguiu se articular, além da manifestação autônoma de seu dedo anular direito, o jenio não foi mais do que um “prático em contabilidade”, como diz o meu amigo mineiro.

O amigo navegante se perguntaria – se conseguiu ficar até o fim – o que a Bláblárina Silva fez ali, além de enunciar o óbvio: tudo é “muito grave” !

Como ela explicaria que um anúncio da Natura entrou no break comercial do debate ?

Esquisito, não, amigo  navegante ?

E o Serra ?

O que ele tem a oferecer ?

Por que ele quis ser Presidente, além de querer ser ?

Esse tipo de debate não vai a lugar nenhum.

Amanhã, este Conversa Afiada pretende comparar o debate presidencial no Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo.

Candidato não sabe fazer pergunta.

Quem sabe fazer pergunta é jornalista.

Mas, no Brasil, os candidatos e os partidos precisaram se proteger dos jornalistas, invariavelmente partidários e, na maioria, tucanos.

Deu nisso.

Um debate inócuo.

Em 2002, o Serra também anunciou que ia esmagar o Lula no debate final da Globo.

De fato, conseguiu.

O Serra esmagou o Lula na eleição por 39% a 61%.

Foi o que aconteceu agora.

O Serra massacrou a Dilma.

E vai perder no primeiro turno.

O Serra, desde 2002, tem 30%.

Bye-bye Serra forever.

Em tempo: Serra criou o Bolsa Família, o genérico, o programa anti-Aids, a bússola, a energia a vapor, o telescópio e o avião. A Lei da Gravidade, porém, é concepção original do Fernando Henrique.

Em tempo 2: falta esperar o que o Ali Kamel vai fazer na edição do debate. E o que o Lula poderia fazer, se o Kamel manipulasse a edição.

Em tempo 3: ninguém perguntou ao Serra sobre o telefonema ao Gilmar. Não deixe de votar na trepidante enquete: o que acontece se você telefonar para o Gilmar.

Em tempo 4: aos 20 minutos desta sexta-feira, Serra era um caco. A máscara da derrota. As olheiras, finalmente, se encontraram com as gengivas. Um encontro triunfal.

Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.