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Moro foi mau e banal com a Odebrecht

Podcast: se fosse sério, o Brasil teria orgulho dela
publicado 18/06/2019
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Olá, tudo bem?

Esse podcast é uma homenagem ao Ministro Sergio Moro.

Sim!

O podcast do Conversa Afiada gosta de fazer Justiça com "c" cedilha.

O Brasil assiste, indiferente, como se fosse mais um vazamento da Vaza Jato, ao desastroso espetáculo da falência da Odebrecht.

O Brasil deveria se orgulhar da Odebrecht.

Uma empresa genuinamente nacional.

Ela já empregou 193 mil pessoas.

Chegou a ter uma receita bruta anual de R$ 132 bilhões.

Era uma das mais eficientes empresas de engenharia pesada do mundo: ganhou concorrências no mundo inteiro, para construir hidrelétricas, metrôs e até participar da produção de submarinos nucleares.

Expandiu-se para o petróleo, a petroquímica e o gás.

Quantos brasileiros engenheiros se formaram na Odebrecht?

Quantos talentos ali se desenvolveram?

Que conhecimentos eles e só eles detêm?

Em qualquer outro país do mundo, a Odebrecht seria protegida - política e institucionalmente.

E seus dirigentes corruptos iriam para a cadeia.

Ou condenados à prisão perpétua.

Como fizeram os aliados vencedores na Alemanha, depois do Hitler.

Os executivos da IgFarben, por exemplo, que produziam o material químico - ZyklonB - que era lançado às câmaras ("câmaras", Moro e, não, "câmeras"...) de gás.

O tribunal de Nuremberg condenou todos eles.

Mas preservou a empresa, que era e é uma das maiores empresas químicas do mundo.

Hoje, ela se chama Bayer e produz a aspirina que a gente dá aos bebês..

E a Volkswagen? Já ouviu falar nela, amigo navegante?

A Volkswagen!

Desenhou um carro popular só para o Hitler vender às massas.

Os aliados preservaram a IgFarben e a Volkswagen - e seus engenheiros e o que os engenheiros tinham dentro da cabeça!

Aqui o Moro quebrou a Odebrecht!

Transformou a Odebrecht numa entidade mais abjeta do que aquelas que incineravam judeus.

Mas, é preciso fazer a defesa do Moro, esse analfabeto funcional, que fala "conge" como se fosse "cônjuge" e escreve "texto" com "s".

É quase o caso de fazer o que Hanna Arendt fez com Eichmann - Moro é uma expressão da banalidade do mal.

Banal.

Moro resultou em ser um personagem histórico mau e banal.

Mas, a culpa não é só dele.

Nem a banalidade.

Banais e maus foram os responsáveis pela Globo, que deu vazão aos vazamentos do Moro que resultaram na quebra da Odebrecht.

Os dirigentes do PiG, os donos do PiG, que preferiam exaltar o Moro a defender um colega, um aliado.

Danem-se os Odebrechts, se o Moro for endeusado e salvar a minha pele - devem ter pensado os Marinho, os Frias...

Banais e responsáveis são os legisladores e governantes que, até hoje, não montaram um regime de leniência para - como sugere Walfrido Warde Jr, do "Espetáculo da corrupção", botar os donos corruptos na cadeia, sem destruir as empresas.

Também eles tiveram medo do Moro - tratar a Odebrecht com leniência poderia ferir o Ego do único juiz do Brasil.

Banais, maus e responsáveis foram os expoentes da Justiça, nos múltiplos escalões e instâncias que deixaram o Moro rolar e deitar, e olharam para o lado quando ele e a Globo vazavam despudoradamente, criminosamente para condenar, primeiro, na boa do Bonner e, depois, "no devido processo legal".

Quá, quá, quá!

Engraçado, se não fosse uma tragédia.

A morte estrondosa da Odebrecht leva consigo as instituições brasileiras.

Essas que, podres, não podem mais se regenerar.

Salva-se o Intercept que as deixou nuas - com pus a sair pelos orifícios.

Salva-se o Uber.

Que emprega engenheiros da Odebrecht.

E você, amigo ouvinte desse podcast, não se salva.

Porque permitiu que isso tudo acontecesse.

PHA

***

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