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Jandira denuncia o Quarto Poder

Lembra os serviços que a Globo prestou à ditadura
publicado 03/03/2016
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O Conversa Afiada reproduz artigo da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ)

Grande Mídia e poder

A Grande Mídia no Brasil noticia, julga e pune. Ajuda a fomentar um Estado de Exceção no país onde apenas três famílias de empresários comandam a opinião pública com seus eficientes maestros jornalísticos. São Frias, Marinhos e Civitas donos de pórticos golpistas como seus semanários e TV gentilmente fomentados e concedida pela sanguinária Ditadura.

No registro recente de Paulo Henrique Amorim, no excelente livro "O Quarto Poder", há fatos que comprovam a relação promíscua histórica entre o Estado e essas empresas privadas de Comunicação no Brasil, tornando-as o que é hoje: um monopólio midiático que censura opiniões e disputa o poder.

Há casos esdrúxulos lembrados por Paulo, como o financiamento e fornecimento de benesses por parte do Regime Militar à empresa de Roberto Marinho – basta uma busca no Google para mais detalhes – para construção de uma rede televisiva que manipulasse a população durante terrível período que sucedeu 1964. E isso graças ao know-how do grupo americano Time Life e sua participação inconstitucional sempre duvidosa na emissora da 'vênus platinada'.

Como diz Henrique Amorim, os empresários Civita e Marinho usavam Veja e TV Globo como braços fortes de disputas milionárias: aquisição de ações de empresas, muitas delas estatais, como a Petrobras. Quando se monopoliza a informação é fácil derrubar ou levantar o valor de empresas para interesses próprios como compra e revenda. E isso, como aponta o jornalista, sempre foi feito por aqui.

A formação desse "cartel noticioso" persiste até hoje, num jogo de poder onde o alvo agora é o ex-presidente Lula e um projeto de governo popular e democrático. Usam e abusam da Operação Lava-Jato como grande gerador de conteúdo golpista, sejam fatos verídicos ou não! Fatos e provas devem condenar e punir, sim, mas é preciso que existam realmente. Vazamentos ilegais e seletivos não podem pautar as estruturas de poder.

Quem não se recorda da capa mentirosa do semanário de menor credibilidade do país forjado pela Editora Abril na véspera das eleições de 2014 contra Lula e Dilma? Com um rito próprio e disposta a modificar a História mais uma vez (como no golpe militar), a Grande Mídia quer derrubar um governo democraticamente eleito fustigando o ódio e a mentira na população e garantir a instalação de um projeto de desmantelamento do Estado brasileiro, redução da democracia e excludente.

Olhar para esse cenário agudo nos pede resistência contra ataques de um cerco midiático antiético e luta política por pautas que apontem para a democratização da Comunicação. Seja pela regionalização, através do PL 1441/2015, de minha autoria, ou de tantas outras pautas que apontem para pluralidade de opiniões e informações, como a Lei de iniciativa popular apoiada pelo Barão de Itararé, Intervozes e outros.

Na segunda-feira (7), um grande ato em São Paulo contra a recente censura imposta pela TV Globo a blogs, sites independentes e midialivristas dará o tom dessa disputa. A narrativa não pode se render ao império da concentração de mídia. A ela interessa tudo, menos os interesses da população.