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Editorial do Globo diz que Bolsonaro é um risco para o Brasil!

Ele não saiu do baixo clero
publicado 14/08/2019
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O Conversa Afiada reproduz  o editorial do Globo Overseas desta quinta-feira, 14/VIII:

Uma das marcas registradas do deputado e ex-capitão Jair Bolsonaro sempre foi não medir palavras, dando a entender que não pensava antes de abrir a boca em público. Foi assim que se sobressaiu na obscura bancada do baixo clero na Câmara. Escapou do ostracismo pela incontinência verbal.

Com 28 anos de mandatos em Brasília, lançou-se ao Planalto sem qualquer chance visível. Continuou falastrão na campanha, venceu as eleições e pensou-se que moderaria o discurso, para se adequar à liturgia e à representatividade do cargo que passou a ocupar.

Sete meses e meio de mandato demonstram que Bolsonaro continua o mesmo — como disse ao GLOBO —, sem dar importância aos estragos institucionais que provoca, não só internamente.

Nos últimos dias, o presidente tem sido especialmente produtivo em falar o que não deve, em usar termos chulos, em investir contra o decoro da Presidência da República.

À costumeira agressividade de quando trata de temas políticos, sempre abordados de maneira radical, Bolsonaro acrescentou uma fixação escatológica. É no mínimo exemplo de má educação, de inconveniência. Por partir de um presidente da República, não passa despercebido no mundo, e isso afeta a imagem do país, com prejuízos concretos. No descontrole em que se encontra Bolsonaro, interesses diplomáticos envolvendo a economia já começam a ser afetados.

A oposição à preservação do meio ambiente, uma característica da extrema direita mundial, tem sido exercida como se Bolsonaro ainda estivesse no baixo clero. Seu governo, com o ministro do Meio Ambiente à frente, Ricardo Salles, procura romper por completo o acordo com Alemanha e Noruega, que sustentam o Fundo Amazônia com bilhões em doações, para apoio a projetos sustentáveis na região.

A dirigente de um dos mantenedores do fundo, Angela Merkel, chanceler da Alemanha, foi desrespeitada pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, que, no estilo Bolsonaro, declarou que ela tem apresentado tremores em público depois de receber uma “encarada de Trump”.

Com o desconcertante ataque ao Fundo Amazônia, entre outros atos, Bolsonaro dá pretexto para que França e Alemanha, cujos agricultores e certas indústrias desgostam do acordo entre a UE e o Mercosul, tirem o apoio ao tratado comercial. Um revés para o Brasil.

A vitória da chapa peronista Alberto Fernández/Cristina Kirchner nas primárias argentinas contra o presidente Mauricio Macri, de centro direita, mereceu de Bolsonaro uma reação também nada protocolar. Alertou os gaúchos para o risco de a “esquerdalha” transformar a Argentina em nova Venezuela, e o Rio Grande do Sul, outro Roraima, porta de entrada de venezuelanos no país.

Bolsonaro se esquece do Mercosul, do nível de integração que já existe entre os dois países, com a Argentina sendo forte importador de produtos manufaturados do Brasil. O presidente se torna um risco para o país.

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