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Bonner não é Bonner: é Ali Kamel

E Ali Kamel é o patrão!
publicado 16/09/2018
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O Conversa Afiada reproduz dois textos primorosos sobre o papel do William Bonner na suposta entrevista de Fernando Haddad (leia no C Af "Bonner e Renatinha abatem Haddad") ao jornal nacional.

O Conversa Afiada faz um pequeno acréscimo ao Rovai e ao Arcírio.

Bonner é Ali Kamel, o Gilberto Freire com "i", o mais poderoso diretor de jornalismo (sic) da história da Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção).

O ansioso blogueiro trabalhou com os três anteriores e sabe o que diz.

"I" é mais poderoso que todos os congressistas do Brasil - juntos!

É verdade, como diz o Mino Carta, que, no Brasil, os jornalistas são piores que os patrões.

O "i" exagera um pouco...

Mas, ele é o patrão por trás do Bonner.

Como o publicitário Bial, que hoje comanda um suposto programa de entrevistas jornalísticas.

O Bonner também exagera um pouco.

A Renatinha, idem.

Mas, eles, o "i" e o Bial são apenas a voz do dono.

Ao que disse o implacável Rovai:

Haddad é interrompido 62 vezes no ‘Jornal Nacional’; Alckmin, 17


O ex-prefeito Fernando Haddad, candidato do PT à presidência, foi entrevistado nesta sexta-feira (14) pelos jornalistas do ‘Jornal Nacional’, da Globo. Apesar de suas respostas incisivas, o petista foi o candidato que mais sofreu interrupções entre todos os candidatos entrevistados por William Bonner e Renata Vasconcellos.

Ao todo, Haddad sofreu 62 interrupções dos jornalistas. Mais que o triplo de interrupções sofridas por Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano teve sua resposta cortada pelos apresentadores 17 vezes.

O segundo mais interrompido depois de Haddad foi Jair Bolsonaro (PSL): foram 36 vezes.

Confira, abaixo, os tempos de fala de cada candidato e o número de interrupções em suas entrevistas no ‘Jornal Nacional’, de acordo com o levantamento feito pela Fórum.

Jair Bolsonaro (PSL) – 36 interrupções e 16 m 47s. de fala
Ciro Gomes (PDT) – 34 interrupções e 15m 20s de fala
Geraldo Alckmin (PSDB) – 17 interrupções e 16m 17s de fala
Marina Silva (Rede) – 20 interrupções e 19m 30s de fala
Fernando Haddad (PT) – 62 interrupções e 16m 05s de fala

E por Arcírio Gouveia Neto, ex-diretor da Associação Brasileira de Imprensa, em seu Facebook:

Como jornalista, ex-diretor da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e secretário de uma comissão de defesa da liberdade de expressão me sinto envergonhado vendo o jornalismo brasileiro acabar de ser vilipendiado e ultrajado por William Bonner e Renata Vasconcellos nesta sessão de inquisição aos melhores moldes dos inquisidores da Idade Média. Isso não foi e jamais será jornalismo. Trabalhei em duas oportunidades no jornal O Globo, desfrutei da companhia de mestres do jornalismo da empresa e tenho certeza absoluta que mesmo os jornalistas do passado que lá trabalharam se vissem o que vi hoje estariam tão revoltados quanto eu. Uma coisa é você ter sua ideologia política na vida pessoal, outra coisa é você transportar essa ideologia à vida profissional, para seguir servilmente à determinação do patrão. Já vi muita gente boa se recusar a fazer um papel asqueroso como o dessa dupla essa noite e eu sou uma delas. Sinto pelo trabalho correto e ilibado de velhos companheiros que deram a vida pelo engrandecimento da imprensa em nosso país e não mereciam o que aconteceu hoje. Acho que o mínimo que poderia ocorrer em um estado democrático de direito é sua população se indignar com o que houve essa noite. Quem perde não é o PT e nem Lula ou Haddad é a liberdade do pensamento e da expressão de uma nação inteira. Uma noite pra ser esquecida, diria Carlos Heitor Cony.