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A Globo não tem mais bomba atômica

Impedir os infringentes era um tudo ou nada para a Globo Overseas.
publicado 19/09/2013
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No apodrecido arsenal da Globo Overseas havia não mais que três bombas atômicas.

Lançou uma sobre Carmen Lucia.

Outra sobre Rosa Weber.

E outra sobre Celso de Mello.

Eram os três alvos óbvios na campanha sangrenta para degolar o Dirceu.

Uma atingiu Carmen Lucia, que parecia desconhecer que o Legislativo já tinha tomado a decisão de impedir que Gilmar Mentes (*), segundo a autorizada versão do Ataulfo Merval de Paiva (**), e o Farol de Alexandria, agora conhecido como "O Príncipe de Privataria", fulminassem os recursos infringentes.

Ela votou sob a premissa de que cabia ao Legislativo ainda decidir.

O Legislativo já tinha decidido, como demonstrou o voto decisivo e esclarecedor de Celso de Mello.

(Clique aqui para ler “O que Celso disse ao Gilmar”.)

As outras duas bombas atômicas que a Globo lançou – especialmente a “inacreditável pressão de Marco Aurélio (Collor de) Mello, no dia julgamento” - erraram o alvo.

E acabaram-se as bombas atômicas da Globo.

Se o Supremo, com essa composição, aprovou os embargos infringentes, demonstrou que o arsenal da Globo não o atinge mais.

Peluso e Big Ben de Propriá foram substituídos por Zavascki e Barroso.

Uma nova composição, talvez modificada pela substituição de Celso de Mello, é que determinará o destino do pescoço do Dirceu.

Se ele vai ou não ser algemado a tempo de entrar, ao vivo, nos 36' do jornal nacional.

Deu chabu no arsenal da Globo.

Se era para fazer efeito, tinha que ser para impedir o rejulgamento do Dirceu.

Não conseguiu.

A querela da opinião pública – que agora orienta as decisões do ministro que soltou o Cacciola e deu tempo ao Rei do Feijão -, ou seja, a querela da Globo, como demonstrou o Mauricio Dias, virou detrito de baile funk, nas mãos de Celso de Mello – e Barroso.

“Opinião pública” do (Collor de) Mello é a Globo !

Porque 19% dos paulistanos, apenas, estão informados sobre o mensalão (o do PT).

Segundo Datafalha, os brasileiros já se cansaram das vítimas da doença infantil do transportismo e seus sucessores meliantes e mascarados.

Opinião pública que conta na Democracia é voto !

E, como disse na aula magna o Ministro Celso de Mello, já que não foram eleitos, os juízes – especialmente os do Supremo – têm que se submeter à racionalidade da Lei, porque é oriunda do poder supremo, a vontade do povo, expressa no Congresso !

Não adianta o Gilmar Mentes (*) votar na Globo.

Não adianta mais o Ataulfo reproduzir o voto dos colegas ministros, antecipar decisões para torna-las verdadeiras, nem coagir ministros como faz, todo dia, no Globo, no portal do Globo, na CBN e na GloboNews.

Isso não faz opinião publica.

Nem, a partir de agora, constrói maioria no STF.

Diz a manchete de primeira página do Globo desta quinta-feira: “STF mantém (sic) impunidade de mensaleiros até 2014” !

Lá dentro, mais precavido, o editorialista começa assim: “Judiciário sucumbe ao excesso de recursos”- clique aqui para ler “A Globo recusa ao Dirceu o que quer para ela”.

Continua o editorialista mais cauteloso que o mancheteiro:

“Enquanto a reputação do ministro Celso de Mello segue intacta (porque ele pode vir a julgar algumas das dezenas de causa que interessam à Globo – PHA), os prejuízos (sic) foram para a Justiça, cuja imagem elitista (o Príncipe da Privataria morreu de rir – PHA) leniente com os ricos e famosos (quá, quá, quá foi a reação do Daniel Dantas - PHA), se fortalece.”

A Globo se aproxima da beira do precipício.

Seu plano de negócios desaba a cada clique no Google ou no Conversa Afiada.

As telefônicas – todas estrangeiras, por obra e graça da Privataria – não acham a menor graça só a Globo ganhar dinheiro com televisão.

(Clique aqui para ler a importante entrevista do Sergio Amadeu – “Dilma quer a neutralidade da rede na internet”.)

A Globo precisa desmoralizar o Governo trabalhista.

É uma necessidade comercial.

Financeira.

O pescoço do Dirceu vale mais do que o faturamento de três novelas das 9h.

Só um Governo neolibelês (****) pode salvá-la.

Nem a SECOM, que, hoje, a engorda e não diz quanto programa nela pode mais salvá-la.

A audiência da Globo não paga mais o custo da Globo.

Clique aqui para ver que a audiência dos programas do Gilberto Freire com “i“ desabam no GLOBOPE.

O anunciante não é bobo, chega de Rede Globo !

Porque a Globo foi engolida pela tecnologia.

E será sepultada por uma inevitável Ley de Medios.

Hoje, a internet tem 15% da verba publicitária.

Em dez anos, terá 40%.

Hasta la vista, baby !

E há uma singularidade histórica: a Globo não tem candidato para 2014.

A soma de Aécio Never, Cerra, Bláblárina e Eduardo Campriles, que já foi tarde da base aliada, é tão animadora que um filho do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – foi pedir ao Lula para ser candidato.

Acabaram as bombas atômicas da Globo.

A bomba de Hiroshima foi lançada do B-29 apelidado de Enola Gay.

Repousa, hoje, num museu em Washington.

A Globo tem tantas bombas atômicas quanto o Enola Gay.


Paulo Henrique Amorim


(*) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva (**) preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista (***) decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. O Luiz Fucks que o diga.

(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o  personagem principal de seu romance "O Brasil".

(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(****) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.