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A Dilma tem que ir para o horário nobre

Tucanuardo é um ultra-leve da praia de Boa Viagem.
publicado 22/03/2013
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Depois de ler “61% dos brasileiros acham que a Dilma é igual ao Lula”, o incomparável marqueteiro João Mendonça ligou para o ansioso blogueiro:

- Eu não tinha razão ?, perguntou ele de uma remota praia no litoral nordestino.

- Sempre, meu querido. Sempre …

- Não me goza. Eu não disse que ela tem que ir pra dentro do jornal nacional ?

- Só se for para apanhar, porque o Gilberto Freire com “i” (*) não brinca em serviço.

- Gilberto com que ?

- Deixa pra lá. Que negócio é esse de jornal nacional ?

- Ela sobe quando vai para a tevê.

- Isso não é uma regra universal, meu querido. O Cerra por exemplo.

- O que tem o Cerra ?

- Quanto mais vai para o horário nobre, mais cai.

- Mas, o Cerra não é exemplo pra ninguém. Nem para o Eduardo Campos...

- Para os tucanuardos …

- Tucano o que ? Você ficou maluco ?

- É um pássaro novo que acharam em Boa Viagem … Uma mistura de tucano com Eduardo …

- Isso é um ultra-leve …

- Mas, e a Dilma ?, pergunta o ansioso blogueiro.

- Você viu que a Dilma não vai fazer a Ley de Medios, como você diz.

- Isso eu tô careca de saber, Mendonça.

- Essa é de época, hein …

- Adelante !

- Se não vai ter Ley de Medios, é pau na Dilma do Bom Dia Brasil ao Jornal da Globo.

- Até aí, Mendonça, não sei por que te pagam tão bem …

- O Ibope record da Dilma demonstra que quando ela vai para a tevê ela neutraliza o bombardeio da Globo.

- Mas, ela não pode ir todo dia para o jornal nacional, em cadeia nacional.

- Todo dia, não ! Mas precisa ir mais.

- E a oposição vai dizer que é campanha eleitoral.

- O que a oposição diz não interessa. Não tira voto. Só interessa o que o PiG (**), como diz você, só interessa o que o PiG faz.

- Mas, Mendonça, o PiG está aflito. Eles não aguentam perder de novo.

- Meu filho, o que não tem remédio remediado está...

- Essa também é de época.

- É verdade. Eles têm que se conformar, porque essa dupla Dilma e Lula é muito forte.

- Nem o Eduardo enfrenta essa dupla ?

- Esse Eduardo está muito guloso.

- Como assim ?

- Ele está mais guloso que o Cerra.

- Não é o guloso que come cru?

- Não, rapaz, quem come cru é outro...

- Ô Mendonça, me diz uma coisa. Você acha que a Dilma consegue enfrentar o Roberto Marinho, o Murdoch e o Ataulfo Merval (***) ?

- Não ! Contra esses, juntos, nem Jesus Cristo !


Pano rápido.


Paulo Henrique Amorim


(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(***) Até agora, Ataulfo de Paiva era o mais medíocre dos imortais da história da Academia Brasileira de Letras. Tão mediocre, que, ao assumir, o sucessor, José Lins do Rego, rompeu a tradição e, em lugar de exaltar as virtudes do morto, espinafrou sua notoria mediocridade.