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Robert(o) Murdoch não pode dirigir empresa (na Inglaterra)

Saiu na Carta Maior: “Murdoch não está em condições de dirigir uma grande empresa internacional”.
publicado 02/05/2012
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Bem que o Conversa Afiada avisou: clique para ler "Sem Robert(o) e sem os Marinho a CPI será uma farsa"; "ministro inglês entrega os grampos do Robert(o)"; e a "operação abafa para salvar Robert(o) e os Marinho".

Saiu na Carta Maior:

“Murdoch não está em condições de dirigir uma grande empresa internacional”


A contundente afirmação foi feita nesta terça-feira pela Comissão de Cultura e Meios de Comunicação do Parlamento britânico que desferiu um duro golpe que questiona a continuidade de Murdoch à frente do império global midiático News Corp. A OFCOM, a agência reguladora dos meios de comunicação na Inglaterra, decidirá brevemente se Murdoch “está em condições de ter uma licença” televisiva no país. O artigo é de Marcelo Justo.


Marcelo Justo - De Londres


Londres - “Ruppert Murdoch não está em condições de dirigir uma grande companhia internacional”. Com essa contundente determinação sobre o manda-chuva do império global midiático News Corp., a Comissão de Cultura e Meios de Comunicação do Parlamento britânico desferiu um duro golpe que questiona, no médio prazo, a continuidade de Murdoch à frente da empresa.


O magnata australiano passou de pilar da News Corp. a seu flanco mais vulnerável. O informe da Comissão Parlamentar aparece a poucos dias de a OFCOM, a agência reguladora dos meios de comunicação na Inglaterra, anunciar o prolongamento de sua investigação para determinar se Murdoch “está em condições de ter uma licença” televisiva. Se a resposta da OFCOM for negativa, Murdoch será obrigado a dar um passo para o lado ou então se livrar dos 39,1% de ações que têm na cadeia televisiva BSkyB.


A News Corp. qualificou o informe da comissão como “político e partidário”. A Comissão Parlamentar aprovou por 6 a 4 o informe final com uma clara divisão política entre os conservadores e uma aliança entre a oposição trabalhista e os liberal-democratas, sócios do primeiro-ministro David Cameron na coalizão que governa o país. Segundo o informe, Ruppert e seu filho James mostraram uma “cegueira seletiva” para lidar com o escândalo de escutas telefônicas de figuras públicas e celebridades na hoje falecida publicação dominical sensacionalista “News of the World”.


O informe condenou a cultura corporativa na ex-publicação que procurou “enganar o parlamento” durante seus cinco anos de investigação. “A reação instintiva do grupo, até que já fosse muito tarde, foi tentar esconder o problema ao invés de averiguar o que havia acontecido e punir os responsáveis”, assinala o informe.


O escândalo não afetou o império global midiático de Murdoch que tem, entre suas estrelas, o Wall Street Journal, a Century Fox e operadoras de tv por assinatura em todo o mundo, mas se soma à pressão que está sendo exercida pelos acionistas da News Corp. para que o magnata se afaste um pouco da direção de seu império midiático. Seu filho James Murdoch já renunciou em fevereiro como diretor executivo da News International, que controla os jornais do grupo no Reino Unido e, em abril, deixou seu posto como executivo da cadeia BSkyB. A partir do escândalo das escutas telefônicas, News Corp se viu obrigada a retirar sua oferta para adquirir a totalidade do pacote acionário da cadeia televisiva.


Os problemas do grupo Murdoch não se limitam ao Reino Unido. O Departamento de Justiça dos EUA está investigando a News Corp sob o olhar da lei que penaliza atos corruptos no estrangeiro. Segundo indicou o Financial Times, Mike Koehler, especialista em casos relacionados com essa lei, a decisão do parlamento britânico sobre a “cegueira seletiva” do grupo poderia complicar a situação da News Corp nos Estados Unidos.


Na Austrália, ponto de partida do império global de Murdoch, também há uma revisão da regulação dos meios de comunicação que, caso se converta em lei, poderia incluir uma prova para determinar se os diretores dos meios “estão em condições de dirigi-los”. A decisão da agência reguladora britânica OFCOM poderá abrir a caixa de Pandora.


Tradução: Katarina Peixoto