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“Privataria”. Quero a Ley de Medios do Serjão

O silêncio do PiG (*) diante da privatização do Governo Cerra/FHC consagra a “Lei Roberto Marinho” do Poder.
publicado 13/12/2011
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O silêncio do PiG (*) diante da roubalheira da privatização do Governo Cerra/FHC consagra a “Lei Roberto Marinho” do Poder.

Contava-se na Globo que o Dr Roberto teria pronunciado a seguinte frase: o importante não é o que publico. Mas, o que eu NÃO publico.

(“Publico”, aí, vai de propósito.

Para o Dr Roberto, a televisão “publicava”, porque ele jamais se adaptou à tecnologia da televisão.

O mundo para ele era o impresso – no Globo.)

(Atribui-se ao Dr Roberto também a frase inesquecível: o Boni pensa que isso aqui é um circo. Isso aqui é uma fábrica de poder.)

O PiG (*) resolveu se calar sobre o “Privataria” para exercer o Poder.

Se não publica, não existe.

Ou, como dizia outro campeão da Democracia brasileira, o ACM: se não saiu no jornal nacional, não aconteceu.

Ou, como dizia o Caetano Veloso, antes de se encantar com a Globo: assisto ao jornal nacional para saber o que o jornal nacional quer que eu pense que aconteceu.)

Isso já era.

Não foi só o Caetano que mudou.

O livro do Amaury provocou, todas as proporções guardadas, uma Primavera Árabe.

É um fenômeno de vendas que o PiG (*) não impediu e ainda não encarou.

Agora, amigo navegante, imagine o que o PiG não mostrou, ao longo desses anos todos de sub-democracia brasileira.

O que o Dr Roberto “não publicou”.

Imagine o que se escondeu.

Não falo da distorção, da parcialidade, do moralismo hipócrita, que fica preocupado com o Lupi, com o Pimentel e deixa o clã Cerra roubar a privatização, a MAIOR roubalheira de todas as privatizações latino-americanas.

E leva ao púlpito, o Grão Mestre da Privatização, a Bomba Atômica, aquele que, segundo o Ciro Gomes, num momento de larga generosidade dizia: o FHC não rouba, mas deixa roubar.

Ou, como diz o genial Oráculo de Delfos.

O FHC tomando vinho no primeiro andar, e a turma dele roubando no térreo – e no segundo, terceiro e quarto andares, também.

A Ley de Medios não é necessária, apenas, por causa da  parcialidade.

Não só porque o PiG (*) seja a Oposição, como diz a notável Judite Brito, presidente da ANJ.

É o que o plagiador-mor, o Álvaro Dias faz todo dia: lê o PiG no Senado.

É o Catão diaraque.

A questão da Democracia é o que deve, precisa ser publicado.

O que é indispensável para que o cidadão da República se informe: sobre serviços públicos, sobre direitos, deveres.

O ansioso blogueiro foi mexer nos arquivos.

E achou o que se chamou de 5ª. versão do “projeto de lei de Comunicação Eletrônica de Massa”.

É a Ley de Medios do Serjão Motta, quando era ministro das Comunicações do Farol de Alexandria.

Serjão morreu, e o sucessor, o Mendonção, enfiou o projeto do Serjão na gaveta.

Dedicava-se aos consórcios “borocochô” do leilão da Telebrás, para poder fazer “do nosso jeito”.

Serjão caiu no escândalo do “se isso der m ...”.

Para o lugar foi o Pimenta da Veiga, que, suspeita-se, submeteu  5ª. Versão à Globo e a 5ª, a 6ª, a 7ª ... – e foi tudo para a gaveta.

Veio o Governo Lula e o projeto do Serjão lá adormeceu.

Faltavam 5 minutos para acabar o jogo, e o Lula encomendou um projeto ao Franklin Martins.

O Franklin fez um projeto muito bom.

Entregou ao Bernardo.

Bernardo disse uns impropérios ao Franklin e escondeu o projeto embaixo da ultima versão do Serjão.

Franklin sai agora pelo Brasil a dizer que a Ley de Medios começa e acaba com a Constituição vigente.

Não adianta.

O Bernardo não se comove.

Já prometeu três vezes – como Pedro – que ia mandar o ante-protejo da Ley de Medios ao Congresso.

E, nada.

Ele está muito preocupado com a eleição para prefeito em Maringá, Londrina, Apucarana ...

O PT fez um Congresso para debater a Ley de Medios.

Foi um combate entre o ridículo e o patético.

O PT está há nove anos no poder e ainda tem que debater a Ley de Medios.

Quem está no poder há nove anos não tem mais o que debater.

Tem que exercer o Poder.

Fazer como o Dr Roberto.

O ansioso blogueiro foi à 5ª. versão do Serjão.

Diz assim nos “Princípios fundamentais”:

Artigo II:

I – promover a diversidade das fontes de informação;

II - promover a diversidade de propriedade das prestadoras e dos meios de transporte dos serviços;

III – promover o uso dos serviços de comunicação eletrônica de massa como instrumento auxiliar de implementação de políticas educacionais;

...

VI – garantir ao público o direito de escolha do que quer ver e ouvir;

VI – zelar pela liberdade de expressão e de imprensa no meio eletrônico;

...

XV – adotar medidas que promovam a competição intra e inter-serviços e a sua diversidade, incrementem a oferta e propiciem padrões de qualidade compatíveis com a necessidade dos usuários.

Pouco antes de morrer, Serjão mandou um bilhete ao Fernando Henrique sobre a proposta da Ley de Medios: não se apequene, sugeriu o Serjão.

Amigo navegante, por que o clã do Fernando Henrique e do Cerra pôde delinquir por tanto tempo, impunemente ?

Porque não há liberdade de expressão no Brasil.

Porque o Dr Roberto escolhe o que publicar.

Clique aqui para ler o que disse o ansioso blogueiro num seminário de juízes do Rio Grande do Sul: "Na Comunicação, o Brasil é a ditadura perfeita".


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.