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Sebastião Nery: a facada que Itamar Franco levou do Roberto Civita

publicado 18/04/2010
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Sugestão enviada por Stanley Burburinho (quem será Stanley Burburinho ?):

Sebastião Nery conta no seu livro Folclore Político a facada que o Itamar Franco levou do Roberto Civita:

Franco conta esta história: “Certa vez recebi no Planalto um homem de imprensa muito importante, mas muito importante mesmo. Esse homem entrou no meu gabinete chorando muito. Perguntei por que ele chorava: “Eu quero agradecer o que o senhor fez por mim e pela minha empresa. O que o senhor quer de mim”? Eu respondi que só queria uma coisa: mesmo depois que deixassse o governo, queria que seus veículos falassem a verdade a meu respeito. Conco meses depois que deixou o Planalto, seu principal veículo passou a me atacar”.

Além de Itamar e do chorão, mais duas pessoas estavam presentos: os ex-ministros Henrique Hargreaves e Mauro Durante, da Casa Civil e da Secretaria Geral da Presidência. Leitores me perguntaram quem era “o homem da imprensa muito importante, muito importante mesmo” e qual “seu principal veículo”.

Não foi Roberto Marinho, como a maioria supôs. Foi outro Roberto, Roberto Civita. E o “veículo” a revista Veja. A Editora Abril, depois de três anos (90, 91 e 92) sem receber dinheiro público no governo Collor, estava à beira da falência, em 93. Como sempre acontece no Brasil, os governos nunca deixam de enncontrar uma maneiroa de pagar os favores e salvar os poderosos.

Itamar, encantado e grato pela decisiva contribuição de Veja à derrubada de Fernando Collor, doou à Listel, da Editora Abril, sem concorrência, sem licitação, de mão beijada, o cartel das Listas Telefônicas, que na época pertenciam às estatais de telecomunicações em todos os estados.

Um presente, um cartório, um negócio de centenas de milhões. Quando se viu na capa da Veja, como “Napoleão de Hospício ou Oportunista”, Itamar soltou os piores palavrões do cais da Sicília.