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Time: a pessoa do ano é o jornalista perseguido!

Ministrário Gilmar é um dos guardiães da luta pela liberdade de imprensa!
publicado 11/12/2018
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(Reprodução/Time)

O Conversa Afiada reproduz, a partir da revista Time, trecho de reportagem especial de título "The Guardians and the War on Truth", que apresenta os vencedores da tradicional premiação "Personagens do Ano":

O homem corpulento com cavanhaque cinzento e comportamento gentil ousou discordar do governo de seu país. Ele disse ao mundo a verdade sobre brutalidade do país em relação àqueles que se expressavam. E ele foi assassinado por isso.

Cada detalhe do assassinato de Jamal Khashoggi desperta uma sensação: o carimbo de tempo no vídeo de vigilância que capturou o jornalista saudita entrando no consulado de Istambul em seu país em 2 de outubro; as imagens dos jatos particulares levando seus assassinos; a serra de osso; os relatos de suas palavras finais, "Não consigo respirar", gravados em áudio enquanto a vida dele era sufocada.

Mas o crime não teria permanecido no topo do noticiário mundial por dois meses se não fosse pelos temas épicos para os quais Khashoggi estava sempre alerta - e passou a vida expondo ao público. Sua morte desnudou a verdadeira natureza de um príncipe sorridente, a absoluta ausência de moralidade na aliança Arábia Saudita-EUA (...) e expôs a centralidade da questão pela qual Khashoggi foi assassinado: em quem você confia para contar a história?

(...) Tal independência não é algo pequeno. Marca a distinção entre tirania e Democracia. E em um mundo em que autoritários em ascensão avançaram obscurecendo as diferenças, o espetáculo de fúria de um tirano visitado por um homem armado apenas com uma caneta ajudou a lançar luz sobre o problema. Porque os homens fortes do mundo só parecem fortes. Todos os déspotas vivem com medo do seu povo. Para ver a verdadeira força, olhe para os espaços onde os indivíduos ousam descrever o que está acontecendo na frente deles.

Nas Filipinas, uma mulher de 55 anos chamada Maria Ressa dirige o Rappler, um site de notícias online que ela ajudou a fundar, através de uma superstorm das duas forças mais formidáveis do universo da informação: redes sociais e um presidente populista com inclinações autoritárias. Rappler narrou a violenta guerra às drogas e as execuções extrajudiciais do presidente Rodrigo Duterte, que deixaram cerca de 12 mil mortos, segundo uma estimativa de janeiro da Human Rights Watch. O governo Duterte se recusa a credenciar um jornalista do Rappler para cobri-lo, e em novembro acusou o site de fraude fiscal, o que poderia mandar Ressa para a prisão por até 10 anos.

Em Annapolis, Maryland, funcionários do Capital, um jornal publicado pela Capital Gazette Communications, que narra aos leitores sobre os eventos em Maryland desde antes da Revolução Americana, continuam sem os cinco colegas mortos em sua redação em 28 de junho após um tiroteio em massa (...)

E em uma prisão em Mianmar, dois jovens repórteres da Reuters permanecem separados de suas esposas e filhos, cumprindo uma sentença por desafiar as divisões étnicas que assolam aquele país. Por documentarem as mortes de 10 muçulmanos Rohingya (minoritários), Kyaw Soe Oo e Wa Lone foram condenados a sete anos. Os assassinos expostos foram condenados a 10.

Este ano trouxe muitos outros exemplos. O fotógrafo de Bangladesh Shahidul Alam foi preso por mais de 100 dias por fazer declarações "falsas" e "provocativas" ao criticar o primeiro-ministro Sheikh Hasina em uma entrevista sobre protestos em Dhaka. No Sudão, a jornalista freelancer Amal Habani foi presa durante a cobertura de protestos, detida por 34 dias e espancada com varas elétricas. No Brasil, a repórter Patricia Campos Mello foi alvo de ameaças depois de revelar que partidários do presidente eleito Jair Bolsonaro haviam financiado uma campanha para espalhar notícias falsas no WhatsApp. E Victor Mallet, editor de notícias sobre a Ásia no Financial Times, foi expulso de Hong Kong após convidar um ativista para falar em um evento de imprensa contra a vontade do governo chinês. Em todo o mundo, um número recorde de jornalistas - 262 no total - foram presos em 2017, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, que espera que o total seja elevado novamente este ano.

Este deveria ser um momento de avanço para a Democracia, com cidadãos bem informados sendo essenciais para o autogoverno. Em vez disso, a Democracia está em refluxo. Três décadas após a derrota, na Guerra Fria, de uma autocracia contundente e bruta, uma força mais inteligente se alimenta da escuridão que nos cerca. O déspota dos velhos tempos adotava a censura. O déspota moderno, por achar isso mais trabalhoso, fomenta a desconfiança sobre um fato crível, prospera na confusão solta pelas mídias sociais e modela a ilusão de legitimidade dos suplicantes.

(...)

Em tempo:  clique aqui e relembre por que o ansioso blogueiro recorreu à Organização dos Estados Americanos (OEA) para lutar pela liberdade de expressão e para se defender da persistente e sistêmica perseguição que sofre do Ministrário Gilmar e do ínclito banqueiro.

Em tempo²: sobre o Ministrário Gilmar e sua infatigável dedicação à batalha pela liberdade de expressão, ver o trepidante ABC do C Af