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Temer foi à África defender traficantes de cocaína

Por que não defende as crianças brasileiras separadas dos pais nos EUA?
publicado 18/07/2018
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Da E para a D: o capitão francês Olivier Thomas, Rodrigo Dantas, Daniel Dantas e Daniel Guerra (Arquivo pessoal)

O presidente ladrão e o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB da Bahia) e ex-ministro do ladrão presidente viajaram a Cabo Verde, na África para tentar libertar três brasileiros condenados e presos por tráfico internacional de drogas.

O caso veio à tona em dezembro do ano passado.

O velejador baiano Rodrigo Dantas viu um anúncio de emprego na internet e aceitou fazer parte de uma tripulação para entregar um veleiro na Ilha de Açores, em Portugal.

O barco tinha acabado de passar por uma reforma em um estaleiro de Salvador (BA).

Rodrigo e Daniel Dantas, outro velejador baiano, foram contratados pela mesma empresa, a Yatch Delivery Company, que tem sede na Holanda.

Em Natal (RN), um terceiro velejador, chamado Daniel Guerra, se juntou a essa equipe.

(Detalhe: antes de seguir viagem, o veleiro passou por inspeções da PF em Salvador e em Natal. Em ambas, foi liberado sem demora)...

Mas, o problema explodiu na chegada à Ilha de Mindelo, em Cabo Verde. O veleiro foi inspecionado e as autoridades anunciaram a descoberta de mais de uma tonelada de cocaína escondida em um piso de concreto e cimento.

Esse barco era propriedade de um inglês, chamado George Saul, mas conhecido como Fox ("raposa", em Português).

Em março deste ano, os três brasileiros foram condenados a 10 anos de prisão pela Justiça de Cabo Verde.

Também foi condenado o capitão da embarcação, o francês Olivier Thomas.

Os brasileiros dizem ter sido vítimas de um processo tendencioso.

Reportagem da BBC publicada ainda no final do ano passado apresentava Barbara Dantas, irmã de um dos velejadores presos.

Ela chegou a procurar a Embaixada do Brasil em Cabo Verde para pedir que preservassem a integridade física do irmão, que disse à família ter sido forçado a confessar o crime, poucos dias após a prisão.

Nesta quarta-feira, 18/VII, a coluna de Sonia Racy no Estadão traz uma atualização da viagem de Temer e Imbassahy a Cabo Verde:

Os três velejadores brasileiros presos em Cabo Verde, acusados de tráfico de drogas, estão sendo bem tratados no presídio de São Vicente. O Brasil apresentou à Justiça local uma apelação em defesa deles, mas é provável que o julgamento só aconteça lá por outubro. As informações foram passadas à coluna no final da manhã desta quarta-feira, por telefone, pelo deputado federal baiano Antonio Imbassahy, que está em Cabo Verde.

Imbassahy participou ontem de encontro de Michel  Temer com autoridades da ilha, no qual o assunto foi mencionado de passagem — o presidente brasileiro levou aos anfitriões sua expectativa de que a posição brasileira, de que os três são inocentes, seja levada em conta pela Justiça cabo-verdense. O deputado falou à coluna pouco antes de se dirigir ao aeroporto local, de onde decolaria de volta a Salvador.

O sr. esteve ontem com os três presos, Daniel Dantas, Rodrigo Dantas e Daniel Pessoa. Como eles estão?
Conversei com os três, numa sala da prisão de São Vicente. Eles estão bem. É um lugar simples, mas bem cuidado e o tratamento é atencioso. Estive também com a diretora do presídio, que chamam de dona Vanda, bastante solícita com os nossos pedidos. Mas em tudo o que fizermos, é claro, temos de respeitar a autonomia das autoridades locais.

O que foi conversado com essas autoridades? Dá pra saber quando os três serão libertados?
Ao que me informaram, está começando aqui o recesso do Judiciário e isso paralisa um pouco as coisas. Ouvi que o julgamento do processo — e, eventualmente, a absolvição dos três — poderia ocorrer em outubro. Há alguma chance de isso ser antecipado, mas não há garantia de que isso de fato aconteça.

Tecnicamente, quais medidas o governo brasileiro vem tomando para obter a libertação?
Há uma apelação, que foi apresentada pela Justiça brasileira às autoridades de Mindelo, onde fica o presídio. Basicamente, esse documento pede que seja levada em conta a investigação da PF brasileira, segundo a qual os três detidos não são traficantes de droga, são inocentes.

Como foi a conversa do presidente Temer com as autoridades da ilha?
O presidente foi levar, em primeiro lugar, sua solidariedade aos presos. Disse no encontro, ao se falar desse tema, pois a conversa foi muito mais ampla, que está preocupado e acompanhando de perto os passos que vêm sendo dados na busca de uma boa solução para o episódio.