Mundo

Você está aqui: Página Inicial / Mundo / Sem Neymarketing, PSG é só alegria!

Sem Neymarketing, PSG é só alegria!

"Com Neymar, tínhamos uma chance de 5%. Agora, temos 50%"
publicado 05/03/2018
Comments
Mbappé_Cavani.jpg

Mbappé (E) deve ser negociado pelo PSG a pedido de Neymar, por ciúmes; Cavani só bate pênalti quando a Marquezine deixa (Crédito: The National)

De Diego Torres, no El País:

Pessoas próximas a Nasser Al-Khelaïfi dizem que a lesão de Neymar Júnior causou uma preocupação insuperável no presidente do Paris Saint-Germain. Al-Khelaïfi fala com pessoas do clube como se não fosse possível reverter a primeira partida da eliminatória da Champions contra o Real Madrid (3 a 1), sem o ídolo brasileiro que ele transformou na pedra angular de seu projeto. Sem essas bicicletas, sem esses slalons, sem as impressionantes lambretas que tanto admira no atacante, o xeique entende que teriam sofrido uma goleada ainda maior no Bernabéu.

Al-Khelaïfi deixou-se dominar pela melancolia. Um sentimento de derrota que contrasta com a repentina euforia experimentada pelo time. Desde que Neymar partiu para ser operado no Brasil, o vestiário do Camp des Loges recupera o pulso. É o que dizem técnicos, o que confirmam jogadores consultados ou pessoas que trabalham para o clube. "Com Neymar, tínhamos uma chance de 5%", calculam. "Agora, temos 50%."

Somente Thiago Silva e Dani Alves mostram-se céticos. Cavani, Di María, Pastore, Rabiot, Meunier, Kurzawa, Yuri Berchiche, Verratti, Draxler, Marquinhos e Mbappé acreditam que estão diante de uma oportunidade única de reivindicar o valor que lhes é negado pela direção do clube. Estão confiantes de que podem golear o Madrid — basta um 2 a 0 —, passar para as quartas de final e deixar claro que a equipe funciona melhor sem a figura imposta pelos donos: um jogador superlativo que não deixou de tratá-los com condescendência sem suficiente mérito, segundo eles. Alguém por quem têm mais desconfiança do que respeito.

Os jogadores querem mostrar que a distância entre seus direitos como secundários e os privilégios do ídolo é desproporcionalmente maior do que a distância do futebol que os separa. "Por acaso ganhou uma Bola de Ouro?", perguntam, depois de calcular que estão há sete meses contemplando como os proprietários do Qatar acumulam atribuições aos pés de Neymar e revogam as regras de convivência que prevaleceram para todos até o verão europeu, permitindo que tomasse decisões sobre como treinar e planejar as partidas, que faltasse aos treinos de acordo com suas atividades pessoais ou dando-lhe voz em assuntos de política esportiva. Em suma, colocando-o em uma hierarquia que tacitamente o equipara não já a Messi ou Cristiano Ronaldo — os melhores jogadores do século —, e sim ao próprio Al-Khelaïfi. Isso sem falar no dinheiro e acesso a condições suntuárias. Neymar ganha 47 milhões de euros líquidos (cerca de 188 milhões de reais) por ano. O triplo do salário do seguinte no ranking, Mbappé, que recebe 17 milhões de euros (68 milhões de reais) e quatro vezes mais do que Di María.

(...)