Lula ao Página-12: EUA nunca aceitaram nossa independência
"Há muitas semelhanças entre o que acontece a Cristina e a mim"
publicado
21/12/2017
Comments
Lula e Cristina Kirchner, recém-eleita presidenta da Argentina, em encontro em Brasília em novembro de 2007 (Créditos: Fabio Pozzebom/ABr)
O Conversa Afiada reproduz, abaixo, trechos da entrevista do presidente Lula a jornalistas brasileiros e a Dario Pignotti, correspondente no Brasil do diário argentino Página-12 - o jornal independente que sofre pesada perseguição do presidente coxinha Mauricio Macri:
Luiz Inácio Lula da Silva denuncia a hostilidade de um juiz, Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, que mente para deixá-lo fora das eleições de outubro de 2018 - nas quais aparece como favorito nas pesquisas. Sua situação é comparável à de Cristina Fernández de Kirchner, afirmou ao Página 12.
"Creio que há muitas semelhanças. (...) Cristina é vítima de uma situação muito semelhante àquela que acontece aqui no Brasil. E não só no Brasil e na Argentina. Isso acontece também em Honduras. É uma coisa muito latinoamericana, esse comportamento da Justiça e da polícia, é algo que merece um estudo. A única diferença entre Cristina e nós é que o adversário dela, Mauricio Macri, foi eleito pelo voto do povo e aqui não foi assim."
Temer assumiu ao poder após o Golpe contra Dilma.
"Eu acredito que os norteamericanos nunca aceitaram a independência da América do Sul, o Mercosul. É importante lembrar que a ALCA foi derrubada em Mar Del Plata (Cúpula das Américas, 2005), é importante lembrar que nós criamos a Unasul, o Conselho de Defesa da Unasul, a CELAC (Comunidade dos Estados Latinoamericanos). Nós avançamos na construção de uma série de mecanismos institucionais que fortaleciam a América do Sul, e isso não é interessante para os Estados Unidos."
"Então, diante de tudo isso, digo que não tenho provas, mas tenho a desconfiança de que, ao redor de tudo isso que acontece por aqui existem interesses lá de fora".
Lula toma um gole de café, saboreia um pão de queijo e, em tom otimista, pergunta: "Quantos anos tem a Cristina? - 64, lhe dizem. Ele responde: "Ah, é uma menina... Espero que ela volte. Ela tem que dizer o mesmo que eu digo: tenho 72 anos, a energia de 30 e o vigor de 20".
"Creio que há muitas semelhanças. (...) Cristina é vítima de uma situação muito semelhante àquela que acontece aqui no Brasil. E não só no Brasil e na Argentina. Isso acontece também em Honduras. É uma coisa muito latinoamericana, esse comportamento da Justiça e da polícia, é algo que merece um estudo. A única diferença entre Cristina e nós é que o adversário dela, Mauricio Macri, foi eleito pelo voto do povo e aqui não foi assim."
Temer assumiu ao poder após o Golpe contra Dilma.
"Eu acredito que os norteamericanos nunca aceitaram a independência da América do Sul, o Mercosul. É importante lembrar que a ALCA foi derrubada em Mar Del Plata (Cúpula das Américas, 2005), é importante lembrar que nós criamos a Unasul, o Conselho de Defesa da Unasul, a CELAC (Comunidade dos Estados Latinoamericanos). Nós avançamos na construção de uma série de mecanismos institucionais que fortaleciam a América do Sul, e isso não é interessante para os Estados Unidos."
"Então, diante de tudo isso, digo que não tenho provas, mas tenho a desconfiança de que, ao redor de tudo isso que acontece por aqui existem interesses lá de fora".
Lula toma um gole de café, saboreia um pão de queijo e, em tom otimista, pergunta: "Quantos anos tem a Cristina? - 64, lhe dizem. Ele responde: "Ah, é uma menina... Espero que ela volte. Ela tem que dizer o mesmo que eu digo: tenho 72 anos, a energia de 30 e o vigor de 20".
