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Economist e Neymar: o caro sai barato

Jogador é um "imã de patrocinadores"
publicado 14/08/2017
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O Conversa Afiada reproduz, do Economist:

Por que os melhores jogadores do mundo são mais baratos do que parece


Para os clubes de futebol, agosto é normalmente o mês mais caro do ano, quando são feitas as propstas por jogadores. Este ano foi particularmente generoso: no dia 3/VIII, o Paris Saint Germain da França tirou Neymar do Barcelona por 222 milhões de euros.

(É mais que o dobro do record anterior: a transferência do francês Paul Pogba da Juventus para o Manchester United custou 105 milhões de euros. - C Af)

(...) Neymar vai custar aos donos do PSG, um braço do fundo de investimentos do Catar, mais ou menos 500 milhões de euros em cinco anos. Nas casas de apostas, a chegada dele ampliou as chances do PSG de conquistar a Liga dos Campeões da Europa - mas apenas de 5,5% para cerca de 9%. E é difícil que o dinheiro de premiações e venda de ingressos gerem receita suficiente para recuperar esse gasto.

Isso não faz de Neymar um mau investimento. Os gols que ele marca valem menos que o brilho que ele dá à marca e os patrocinadores que ele atrairá. Ele recebe mais de patrocinadores que qualquer outro jogador de futebol do mundo, com exceção de Cristiano Ronaldo e Messi. 59% da receita de 520 milhões de euros do PSG no ano passado vieram do setor comercial, mais do que qualquer outro clube nas principais ligas. Neymar tem mais seguidores no Instagram que a Nike, sua principal patrocinadora e fornecedora dos uniformes do PSG, pelos quais paga 24 milhões de euros por ano. A popularidade de Neymar ajudará o PSG na renegociação desse negócio.

(...) O perigo é ao PSG, já que sob as regras do "fair play financeiro" os times serão punidos se não limitarem os gastos. Em 2014, o clube foi multado por violar essa regra. Se falhar de novo no equilíbrio das contas, pode ser banido da Liga dos Campeões.

(...) Enquanto as receitas dos clubes continuarem a crescer, o boom de transferências tende a continuar. Os direitos de transmissão, a primeira grande injeção de dinheiro no jogo durante os anos 1990, se transformaram, na era da internet, no elo mais fraco. A audiência dos jogos na televisão britânica caiu porque alguns fãs optam pela transmissão ilegal de jogos ou pelos melhores momentos gratuitos. (...) A contratação de um "imã de patrocinadores" como Neymar é uma proteção contra a volatilidade do mercado.

A audiência está mais robusta em todo lugar; cerca de 100 milhões de chineses assistem aos principais jogos. O Manchester United é o time mais popular nas redes sociais chinesas, apesar de se classificar à Liga dos Campeões apenas duas vezes nas últimas quatro temporadas. O Manchester United superou o Real Madrid, que venceu a Liga três vezes nesse mesmo período, como o clube mais rico do mundo. Se Neymar abrir novos mercados como abre defesas, o PSG pode ter apostado em um vencedor.