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Bolsonaro (filho) quer usar Moro para derrubar Maduro

Ex-assessor da Casa Branca defende fechar embaixada venezuelana
publicado 03/01/2019
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Do Estadão:

EUA apostam em Bolsonaro para pressionar Venezuela


A posse de Jair Bolsonaro é vista na equipe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como a chance de uma coordenação entre países da região para isolar o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela. Os EUA querem mais engajamento da América Latina, como grupo, e contam com Bolsonaro para liderar um endurecimento de políticas contra Maduro junto a outros governos de direita na região: Chile, Argentina, Colômbia, Peru e Paraguai.

(...) Quatro dias depois da eleição de Bolsonaro, o assessor de segurança nacional de Trump, John Bolton, fez discurso no qual afirmou que o continente não pode viver sob ameaça da “sombra do socialismo” e agrupou Venezuela, Nicarágua e Cuba como “troica da tirania”, o que prometeu combater “até a queda”. O tema foi assunto das reuniões de Mike Pompeo, secretário de Estado e representante dos EUA na posse de Bolsonaro, em Brasília. (...)

“Com certeza vai haver uma nova liderança na América Latina sobre Venezuela vindo do Brasil, essa é ao menos a expectativa da administração no governo Trump”, afirma Fernando Cutz, ex-assessor da Casa Branca para assuntos ligados à região (...) Segundo ele, a Colômbia é a maior afetada na região com a crise, o que dificulta uma postura mais agressiva, e a Argentina está em meio a dificuldades domésticas. “Esse papel vai recair sobre Bolsonaro. Essa será uma das coisas mais rápidas e fáceis de fazer para aproximá-lo da visão de Trump”, afirma Cutz. Segundo ele, o brasileiro ganharia na relação com EUA se tomasse a dianteira da discussão regional.

(...) Os americanos veem a possibilidade de o Brasil usar o sistema de investigações por crimes financeiros como aliado na luta contra o regime de Maduro. Em visita aos EUA no final de novembro, o filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, chegou a mencionar em encontro com autoridades americanas que o País usará os tratados internacionais para pressionar o líder venezuelano e que a medida será costurada entre Itamaraty e Ministério da Justiça, do juiz Sérgio Moro.

Especialistas na área apontam que é factível investigar e acusar criminalmente, no Brasil, autoridades venezuelanas que tenham cometido crimes de lavagem de dinheiro – partindo, por exemplo, do esquema de corrupção delatado pelos executivos da Odebrecht. (...) “Podem levar isso à Corte e depois à Interpol. O que o Bolsonaro fez desconvidando Maduro foi 100% certo. Que não convide mais, e talvez esteja na hora de fechar a embaixada na Venezuela”, diz Cutz. (...)

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