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Traíra e o gás: na China dava pena de morte

Ele entrega o Brasil às multis: de novo!
publicado 17/01/2017
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Na foto, três traíras chineses

O Conversa Afiada republica artigo de amigo navegante que prefere não se identificar, para não ser fuzilado pelo cachalote ou pelo Jungmann, que acaba de substituir o Moraes da caçambinha:

O Gás Natural e o Golpe

O GASBOL, gasoduto Bolívia-Brasil, foi criado em 1996, após a assinatura de acordo entre a YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) e a Petrobras, para a importação de 30 milhões de m³/dia, em regime "take-or-pay", pelo qual se garante o pagamento mínimo de 24 milhões de m³/dia, mesmo se não houver o consumo (Como é normal nesse tipo de contrato para assegurar a remuneração do empreendimento).

Historicamente, o Brasil tem importado cerca de 30 milhões do gás/dia. Boa notícia é que seu preço é o melhor que há no mercado, excelente, beirando os US$ 3,00 por milhão de BTU (British Thermal Unit, unidade de energia do sistema inglês, usual para esse negócio). Para se ter uma ideia, o preço da vedete do mercado, o gás natural “Henry Hub”, americano, está a 3,17 US$/milhão de BTU para venda (www.eia.gov/dnav/ng/hist/rngwhhdd.htm), devendo-se adicionar ainda os custos do transporte (liquefeito) e o da re-gaseificacao.

A má notícia é que o governo Temer decidiu substituir mais da metade do gás boliviano pelo gás natural liquefeito (GNL) importado de multinacionais. Consequências:

1. Manteremos pagamento do "Take-or-Pay contratual devido aos bolivianos, 25 milhões de gás/dia, mesmo que consumamos menos

2. Pagaremos mais caro pelo gás em si na origem. Ainda por cima, pagaremos a multinacionais o seu transporte, em vez de pagar ao GASBOL (que é da PETROBRAS).
Mais da metade do GASBOL ficará subutilizado. Capital enterrado, com cerca de 1500 km de tubo de 810 mm, e 15 turbo-compressores de 10 MW cada.

Se com essa medida o gás vier a custar um dólar a mais por milhão de BTU - e vai ser mais do que isso – essa medida nos vai custar 200 milhões de dólares por ano a mais, só no preço pago na origem. Acrescentem-se os cerca de nove milhões para chegar ao "take or pay", serão mais 120 milhões por ano. Acrescente-se o serviço de transporte, mais o custo da re-gaseificação, e chegaremos fácil em meio bilhão de dólares de perdas por ano.

Uma vez que troquemos o fornecimento da Bolívia pelo das multinacionais, ficaremos nas mãos s dessas ultimas. Se amanhã eles dobrarem seus preços, de quatro para oito milhões de BTU, mesmo supondo que o gás boliviano acompanhe a alta e passe de três para seis, teremos perda fácil de um bi de dólares por ano. Gasto, lembremos, totalmente desnecessário, com benefício ZERO. Na China isso daria pena de morte.

Assinado, um brasileiro nacionalista, espécie em extinção