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O Brasil é dos bancos e dos rentistas

Quem não precisa de industria é paraíso fiscal
publicado 25/09/2017
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Reprodução

O excelente repórter Carlos Drummond publica na Carta Capital a reportagem de capa "O naufrágio do Brasil": os interesses do rentismo e dos super-ricos espremem a indústria e a população vulnerável e reduzem a possibilidade de uma retomada.

Seguem alguns tópicos do importante trabalho do Drummond:

- entre janeiro de 1997 e junho de 2017 o conjunto da sociedade transferiu para pagamento dos juros da dívida pública R$ 4,4 trilhões de reais (o PIB do Brasil em 2016 foi de R$ 6,3 trilhões);

- essa descomunal transferência de renda para os super-ricos - 0,1% a 0,2% da população - é um dos pontos de continuidade dos governos FHC a Dilma e Temer;

- "não é admissível um país onde o Banco Central paga para os bancos não emprestarem dinheiro, dá casa, comida e roupa lavada para o capital ocioso dos bancos", diz Mario Bernardini, da Abimaq;

- Banco Central não é para fazer política cambial, mas faz. Aí, usa os juros e ferra a indústria;

- "Não há justificativa para serem permitidos juros de mercado com spread de 20, 30, 40 ou 200 pontos percentuais acima do custo de captação. Isso é agiotagem", diz Bernardini;

- a taxa de longo prazo vai tornar o BNDES irrelevante;

- "Em janeiro de 1999 (no "governo" do FHC), em termos nominais, a taxa de câmbio chegou a 1,50 real por dólar e, em março do mesmo ano, a taxa Selic atingiu 45%. A participação da indústria no PIB caiu de 16,4% em 1995, para 14,9% em 2002."

- "A mesma distorção persistiu nos governos Lula e Dilma: no período de 2003 a 2010, a taxa média SELIC foi de 15,5% e a taxa de câmbio, de 2,26 reais por dólar. Ao final de 2010, a participação da indústria de transformação no PIB caiu 14%;

- a dívida bruta do governo em relação ao PIB chegará a 80% em 2018; em 2024 será de 93% do PIB;

- a política de metas de inflação é para manter o real valorizado, via juros altos: para a alegria dos rentistas e quebrar a indústria!

PHA