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NYT: Trump e doadores de campanha investiram em empresa que produz hidroxicloroquina

Eles não dão ponto sem nó...
publicado 07/04/2020
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(Joyce N. Boghosian/White House)

Via Opera Mundi - O presidente dos EUA, Donald Trump, tem insistido no uso da cloroquina, mesmo que não haja estudos que comprovem a eficácia do medicamento no tratamento do novo coronavírus. Mas, em reportagem publicada nesta segunda (06/04), o New York Times revelou que alguns sócios de Trump e o próprio republicano teriam interesses financeiros na questão.

Entre os acionistas da Sanofi, farmacêutica francesa que produz a hidroxicloroquina e a vende no mercado sob o nome Plaquenil, está uma companhia de investimentos liderada por Ken Fisher – um dos principais doadores de campanha de republicanos. A substância é usada no tratamento da malária e outras doenças.

Além disso, no ano passado, o presidente reportou que três trusts ­(a fusão de várias empresas com objetivo de formar um monopólio) administrados pela família Trump têm investimentos em um fundo mútuo da Dodge & Cox, cuja maior posição financeira estava na Sanofi. Segundo a revista Forbes, o total investido por Trump na empresa é pequeno, menos de US$ 3.000.

De acordo com a Sanofi, o Plaquenil não é vendido nos Estados Unidos, mas é comercializado fora do país.

Além disso, segundo o New York Times, vários fabricantes de medicamentos genéricos estão se preparando para produzir pílulas de hidroxicloroquina. Entre elas, está a Amneal Pharmaceuticals, cujo co-fundador, Chirag Patel, é membro de um clube de golpe de Trump em Nova Jersey e já jogou ao menos duas vezes com ele, já com o republicano na presidência.

Outro investidor da Sanofi e da Mylan, também uma empresa farmacêutica, é a Invesco, fundo anteriormente administrado por Wilbur Ross, o secretário de Comércio de Trump. Ross disse em comunicado na segunda-feira que “não estava ciente de que a Invesco tem investimentos em empresas que produzem ‘o medicamento’, nem tenho qualquer envolvimento na decisão de explorar isso como um tratamento”.

Bolsonaro, por sua vez, também segue insistindo na eficácia sem comprovações da cloroquina. Médicos dos EUA e do Brasil já declararam que não sabem se alguns pacientes melhoram sozinhos ou se cloroquina, de fato, teve alguma influência, enquanto outros que fizeram uso do medicamento não apresentaram melhora e acabaram morrendo.