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Golpe desmonta os bancos públicos e quem perde é o povo!

A quem interessa detonar a imagem desses bancos?
publicado 10/08/2018
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Ilan Goldfajn, Temer e Meirelles: o retorno da agenda neoliberal para fragilizar as instituições públicas (Crédito: Lula Marques/Agência PT)

Deu no Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção):

Novo cenário


Os bancos privados retomaram o apetite pela concessão de crédito para empresas e consumidores. Como os concorrentes públicos não estão seguindo o mesmo caminho, as instituições privadas vêm garantindo o aumento de sua participação no mercado.

As instituições controladas pelo governo respondem por 53% do saldo de empréstimos do país, que era de R$ 3,130 trilhões em junho. Embora ainda respondam por mais da metade do estoque, essa participação vem caindo desde 2015, quando atingiu o patamar recorde de 55,8%.

Essa perda de espaço reflete uma mudança de postura na atuação dos bancos públicos. Na crise financeira de 2008, o governo passou a usar essas instituições para conceder crédito e estimular a economia. Esse movimento ganhou força em 2012, quando Banco do Brasil e Caixa, principalmente, serviram de instrumento para forçar a redução dos juros finais ao tomador.

— Os bancos públicos foram usados no passado para atuarem como indutores da expansão de crédito e redução da margem de juros. Agora, essa atuação se dá de forma mais racional — afirma Glauco Legat, estrategista da Spinelli Corretora.

Na prática, o crédito nos bancos públicos está crescendo menos. No Banco do Brasil, o saldo em junho era de R$ 685,5 bilhões, um recuo de 1,5% em 12 meses e abaixo da projeção do BB, que esperava fechar o ano com uma expansão de até 4%. Na mesma base de comparação, a carteira de empréstimos do Bradesco subiu 4,5%, a do Itaú, 6,1%, e a do Santander, 13,3%. Caixa e BNDES ainda não divulgaram os balanços do segundo trimestre.

Paulo Caffarelli, presidente do BB, afirmou que o banco optou pela rentabilidade de sua carteira:

—A vida é uma escolha, e escolhemos a rentabilidade. Vamos abrir mão, caso necessário, da participação de mercado. Não significa que vamos entregar, mas vamos gerir nossa atuação deforma a aumentara nossa rentabilidade.

O retorno do BB está em 13,8%, abaixo dos quase 20% dos grandes bancos privados.

No caso do BNDES, a lenta retomada da economia, que travou os grandes investimentos em infraestrutura, é a principal razão para a quedana concessão de crédito.

— Nossa natureza é destinar recursos para investimento e infraestrutura. Estamos em uma retomada da economia mais lenta do que o esperado, e há incertezas no cenário. A expansão da nossa carteira está relacionada ao crescimento da economia — explica Maurício Neves, superintendente da área de planejamento do BNDES.

(...)

A propósito disso, o Conversa Afiada informa que na última quarta-feira, 8/VII, a senadora Regina Souza, do PT do Piauí, presidiu uma sessão na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa para discutir, justamente, o desmonte dos bancos públicos pelo Governo (sic) do presidente ladrão. A partir de levantamento da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (FENAE), o Conversa Afiada oferece as principais intervenções feitas nessa audiência:

Desmonte dos bancos públicos: quem mais perde é a sociedade brasileira

“Sem os bancos públicos, políticas habitacionais para a baixa renda deixarão de existir. O Ministério das Cidades não vai conseguir pagar nem o que já foi contratado e que já está em obras, quanto mais realizar novos investimentos”.
Miguel Lobato, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia.

“As pessoas precisam saber que o desmonte dessas instituições significa retirar a grande ferramenta de financiamento habitacional e de saneamento e de políticas sociais fundamentais para movimentar a economia do país, o FGTS. Cerca de 56% da carteira de crédito habitacional vêm de recursos deste fundo”.
Jair Pedro Ferreira, presidente da FENAE.

“Nos últimos anos, os bancos públicos passaram a ter importância vital para a implementação de políticas de governo. O fechamento de agências, as demissões e os ataques à sua eficiência são estratégias para justificar o discurso de desmonte e atender ao mercado financeiro. A saída é dialogar com a população e eleger representantes comprometidos com a agenda dos trabalhadores. Tarefa difícil, mas cito Santo Agostinho: ‘A esperança tem duas filhas lindas, indignação e coragem. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão e a coragem, a mudá-las”.
Sérgio Takemoto, vice-preseidente da FENAE.

“Estamos vendo o retorno de uma agenda neoliberal, em que a fragilização das instituições públicas e os ataques às imagens dessas empresas são formas de suprimir sua importância”.
Kleytton Guimarães, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília.

“Fechamento de agências e de postos de trabalho têm levado pessoas a percorrerem mais de 150 quilômetros para receber benefícios e usar um banco. Isso é inaceitável”.
Senadora Regina Sousa (PT-PI).