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GM confirma: vai embora

Sem investir fica difícil
publicado 17/02/2019
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De Cleide Silva, no Estadão:

'Sem investimento será difícil continuar’, diz presidente da GM


Em sua primeira entrevista após ter distribuído aos trabalhadores informe com ameaças de deixar o Brasil, o presidente da General Motors Mercosul, Carlos Zarlenga, diz que as negociações com funcionários, fornecedores, concessionários e governos para atrair novos projetos estão dando certo.

Se for aprovado um acordo de redução de custos, a matriz deverá aprovar um plano de investimentos de R$ 10 bilhões para fábricas locais. Ele também defende tratamento tributário especial para projetos de carros exclusivos para exportação.

Seu comunicado, feito em 18 de janeiro, era um blefe?

Vários pessoas me perguntaram se foi um erro. Qual era a alternativa? Não falar sobre o que realmente está ocorrendo? Se não conseguirmos viabilizar investimentos, será muito difícil continuar operando. E o problema vai além da GM. O Estadão publicou matéria mostrando que as montadoras do Brasil receberam das matrizes mais de R$ 50 bilhões em financiamentos em 2018. Uma indústria que cresceu 14% no ano passado precisaria desse dinheiro para se sustentar se estivesse bem? Por isso começamos a trabalhar com nossos parceiros. Se os investimentos necessários para São Caetano do Sul e São José dos Campos não forem feitos, os produtos das duas plantas acabam. Se acaba, acontece o quê? 

Como foi o ultimato da presidente mundial, Mary Barra, para a empresa voltar ao lucro?

A GM é reconhecida pela comunidade de investidores globais como uma empresa disciplinada para decisões de investimento. Não se pode sair da lógica de que uma companhia investe com expectativa de retorno razoável. Hoje, a maioria das montadoras está perdendo dinheiro e as que não estão no prejuízo estão longe de ter um retorno razoável para os investimentos que fizeram. Então, quando a comunidade de investidores questiona nossa presidente global, ela vai dizer que vai investir se tiver oportunidades de retorno. Sem investimentos, a situação da GM vai ficar complicada. Mas quero pensar num cenário em que todo o setor vai mudar para se tornar mais competitivo.

O setor alega prejuízos desde o início da crise mas, antes disso, ganhou muito dinheiro no País.

A indústria chegou num pico histórico em 2013, após vários anos de crescimento. Naquele momento teve lucro sim, mas quando se investe espera-se uma taxa de retorno associada ao risco desse investimento. A meta global das empresas é de ter 8% sobre a renda. E faz muito tempo que não atingimos esse patamar.

(...)

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