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Deca e Nestlé demitem 500 no RS

Somem 11 mil vagas em maio! Um colosso, Míriam!
publicado 02/07/2019
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(Charge: Duke)

De Fabiana Reinholz e Marcelo Ferreira, no Brasil de Fato:

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério da Economia, em maio, apontaram o Rio Grande do Sul como o estado líder em demissões com carteira assinada no Brasil, com o fechamento de 11.207 empregos. 

Na manhã desta segunda-feira (1º), essa realidade acentuou-se ainda mais. Sem nenhum aviso prévio, cerca de 480 empregados da unidade da fabricação de louças Deca, da empresa Duratex, em São Leopoldo, na região do Vale dos Sinos, foram demitidos com o fechamento da planta. Em Palmeira das Missões, a empresa Nestlé encerrou as atividades da fábrica no município da região das Missões, com demissão de 18 funcionários.  

Para agravar o cenário para os trabalhadores e para a economia do Rio Grande do Sul, há ainda no horizonte a Paquetá, com sede em Sapiranga, que pediu recuperação judicial judicial no dia 24 de junho. A empresa, com 74 anos de atuação na produção de calçados, tem uma dívida de R$ 638,5 milhões.

Trabalhadores demitidos após décadas

Ao chegarem nos portões da unidade responsável pela unidade de fabricação de louças e cerâmica Deca, às cinco da manhã, os trabalhadores foram recepcionados com um simples comunicado de que teriam de fazer a rescisão dos contratos. A empresa atuava há 41 anos no Estado e era uma das poucas do setor, o que dificulta a recolocação dos demitidos, afirma o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Indústrias de Vidros de Porto Alegre e Região, Renato Reus dos Santos. “Tem trabalhador com 30 anos de empresa, agora vai trabalhar de que? Tem uma meia dúzia que a ficha não caiu, vão pegar o seguro-desemprego, só que esse dinheiro vai terminar e quando forem para o mercado, não vai ter vaga. Tem trabalhador com 30 anos de carreira, chorando, vão colocar esses trabalhadores onde?”, desabafa.

Apesar de cerca de 1,4 milhão de peças produzidas anualmente pela filial, em nota, a empresa informou que a unidade fabril possuía reduzida capacidade instalada e que o volume produtivo será redistribuído para plantas localizadas em outros estados. Informou ainda que alguns funcionários poderão ser aproveitados em outras fábricas da empresa. Santos, que tem formação em assistência social, diz que foi pego de surpresa com um telefonema nessa manhã. “Em janeiro estava normal a situação da filial no Estado do RS (a matriz fica em São Paulo), não deixaram transparecer nada. Há 15 dias atrás, tudo ainda estava normal”, comenta o diretor, que faz alusão à crise na Argentina e ao impacto da queda do consumo do país vizinho na produção gaúcha.

"Veio a crise na Argentina, o Brasil também está em crise, e piorou ainda mais com esse novo governo”, afirma Santos. O diretor aponta também a reforma trabalhista, de 2017, como um agravante da situação, já que ela acabou por enfraquecer o movimento sindical.  “Antes quando tu ia demitir um grande número de funcionários, teria que chamar o sindicato e negociar. Com a reforma, o sindicato poderá  fazer muito pouco.

(...)

Em tempo: para saber mais sobre o colosso do subtítulo, consulte o trepidante ABC do C Af

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