Cristina manda recado ao FMI: em recessão, não vamos pagar a dívida!

A vice-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, disse neste sábado 8/II que, havendo recessão, o governo não pagará nem "meio por cento" de sua dívida ao FMI.

Ela explicou que deixou em 2015 a Mauricio Macri um governo com "zero pesos de dívida com o FMI". Quatro anos depois, o macrismo "nos entregou o país com uma dívida de 44 bilhões de dólares".

"Nunca se havia devido uma quantia tão alta. Isso não é casual; claramente há um ciclo de endividamento fenomenal muito mais grave do que em 2003", disse ela. "Tem que haver um movimento 'Nunca mais' sobre a dívida", completou. Por tudo isso, Cristina mandou um recado ao FMI:

“As soluções precisam ser expostas à sociedade, porque é a sociedade que vai pagar; São 45 milhões de argentinas e argentinos. Todos temos que concordar que as regras se apliquem, mas o devedor respeitará as regras se o credor também respeitá-las (...) O importante é que agora possamos diagnosticar o que aconteceu. Não podemos pagar se eles não nos deixarem crescer e não podemos crescer se o Estado não injetar recursos na economia. Numa recessão, o único que pode investir é o Estado”, disparou.

As declarações foram feitas durante o lançamento de seu mais recente livro, "Sinceramente", na Feira Internacional do Livro de Cuba, em Havana.