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Colapso: empresas não investem!

Estatais vão acabar!
publicado 07/03/2017
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Do G1:

Empresas reduzem investimento e contribuem com queda do PIB em 2016


Diante da recessão e do ambiente de incertezas em que a política brasileira permaneceu, um dos principais indicadores da capacidade produtiva do país foi comprometido. Em 2016, a maioria das empresas com capital aberto cortou seus investimentos.

De uma relação de 20 empresas com maior participação no Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores brasileira , 11 reduziram o volume investido em relação ao ano anterior, segundo levantamento da agência de classificação de risco brasileira Austin Rating.

(...) “É um movimento normal considerando que a economia brasileira já apresentava perda de fôlego desde 2014. Aliado a esse cenário, também houve todo o processo de impeachment que paralisou o ambiente político e adiou potenciais investimentos em virtude das incertezas sobre a gestão pública e da política econômica em curso, com destaque ao elevado nível de endividamento do país”, disse o economista-chefe da agência, Alex Agostini.

A queda nos investimentos impacta no cálculo do Produto Interno Bruto do país. Em 2016, os investimentos caíram 10,2%, na terceira queda anual consecutiva, e contribuíram para a retração de 3,6% na economia brasileira. Segundo o IBGE, a queda dos investimentos se explica pela queda da produção interna e da importação de bens de capital.

A taxa de investimento no ano de 2016 foi de 16,4% do PIB e ficou abaixo da registrada em 2015, de 18,1%. Conforme informou o IBGE, esse é o menor número da série histórica, que teve início em 1996. (...)

Empresas públicas sofrem mais
Para os economistas, as empresas que mais sentiram a crise e tiveram que rever os seus investimentos são as públicas - e muitas delas não têm capital aberto. “Atualmente, a redução é maior nas [empresas] públicas, dada a restrição fiscal. Com o governo sofrendo queda expressiva na arrecadação, as estatais e empresas de economia mista tendem a utilizar o caixa gerado - muitas vezes pela venda de ativos - para o pagamento de dívidas, já que o controlador não tem recursos para aporte de capital. As empresas privadas tendem a ter controladores que possam fazer aportes de capital, sobretudo se forem estrangeiros”, comentou Paulo Gomes, da Azimut Brasil Wealth Management.

Além da recessão, o envolvimento de grandes grupos empresariais nos esquemas de corrupção investigados pela Operação Lava Jato também pesaram sobre as decisões de investimento. “As empresas envolvidas nos escândalos têm peso muito grande na economia, tanto pelo porte quanto pela capacidade de 'puxar' fornecedores ou outras empresas. Como os acordos de leniência não foram assinados, algumas dessas empresas foram impedidas de continuar atendendo o setor público, grandes clientes delas", disse o professor de economia das Faculdades Integradas Rio Branco Ivan Lucon Jacob.