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Brito: por que não existe refinaria privada no Brasil?

Quá, quá, quá! O PiG é tão ingênuo...
publicado 21/05/2018
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Do Tijolaço, de Fernando Brito:

Por que não fabricam gasolina privada? Ora, porque tem de investir pesado


O UOL publica uma ingênua reportagem sob o título Se Petrobras não tem monopólio, por que mais empresas não fazem gasolina?.

A pergunta é boa, mas as respostas oferecidas pelo texto não passam nem perto da causa essencial para que isto não aconteça.

O Brasil já teve (e ainda tem) refinarias privadas, mas de pequeníssimo porte ou inviabilizadas econômica ou operacionalmente, por exigências ambientais que ainda agravam mais o principal problema de sua construção e funcionamento: são caríssimas e exigem um imenso prazo para amortização do investimento que representam.

E por importarem em imobilização gigantescas de capital não interessam aos grupos empresariais, que preferem importar derivados refinados, aproveitando a capacidade ociosa do parque de refino estrangeiro (o norte-americano, sobretudo) e, em relação ao potencial do pré-sal, que nos fará superavitários na produção de petróleo bruto, exportar o óleo sem refino, com vantagens competitivas no frete em relação ao Oriente Médio e com características diferentes dos centros fornecedores mais próximos ao EUA: a Venezuela (quase que exclusivamente óleo pesado) e México (60% óleo pesado).

O capital privado não investe e não vai investir em refino no Brasil. Ou será o Estado ou não será ninguém e passamos mais de 20 anos, desde o Governo Geisel até o período Lula sem construir refinarias.

Refino de petróleo é infra-estrutura estratégica, como energia elétrica e sistemas de transportes. Investimento de longa maturação e retorno duvidoso.

Podemos ter refino privado no Brasil em escala maior do que os resíduos de produção pelos quais, hoje, respondem refinarias privadas. Sim, podemos, mas da pior maneira possível: vendendo a preço de banana as refinarias que nos custaram bilhões e, certamente, com financiamento público de longuíssimo prazo para subsidiar esta compra.

E nem assim é fácil atrair interessados, porque importar é mais barato e remunera mais rapidamente, uma vez que há excedente mundial em capacidade de refino.

E um gargalo no Brasil, onde as refinarias em construção nos períodos Lula e Dilma estão em estado de semiabandono, quando não em abandono total.

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