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Bolsa Família e Minha Casa: Caixa vem forte em seguros

Classe C tem enorme potencial
publicado 08/04/2015
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A presidenta da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, esclareceu a decisão de iniciar os estudos para realizar o IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) das ações da Caixa Seguridade, unidade de seguros do banco. O anuncio foi feito pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na manhã desta quarta-feira (8). O objetivo é fazer o IPO ainda este ano, de acordo com Miriam.

Em entrevista ao Conversa Afiada, Miriam afirmou que a intenção  é fazer com que a Caixa entre forte no mercado de seguros, em especial nas classes C e D, em que o banco concentra as suas ações.

“Essa massa de novos consumidores, cidadãos, que chegam ao mercado estarão em condições de alcançar esse serviço. A Caixa já atende essas pessoas e quer oferecer de maneira melhor e potencializar o nosso trabalho nessa área”, contou Miriam ao ansioso blogueiro.

“Como se sabe, a Caixa se tornou o terceiro maior banco brasileiro em ativos. Nós crescemos muito e precisamos garantir a continuidade nesse posto e, para isso, precisamos de rentabilidade e essa área é muito importante para nós”, revelou.

 

Minha Casa Minha Vida

Miriam anunciou que a terceira fase do programa Minha Casa Minha Casa vai contratar mais três milhões de casas.

A ex-ministra do Planejamento disse que o Governo Federal finaliza “os aperfeiçoamentos” para dar continuidade ao programa social.

“O mercado está ansioso que coloquemos isso [em andamento]. Hoje, o Governo Federal está fazendo uma reunião com o setor da construção civil para a gente finalizar os aperfeiçoamentos que essa nova etapa do MCMV vai ter,  com mais três milhões de unidades”, reforçou Miriam.

“Quando a gente entrou na segunda etapa, em 2011, nós discutimos o aperfeiçoamento do programa e contratamos mais de dois milhões e entregamos”, continuou.


Confira a entrevista completa abaixo. Também disponível em áudio:

PHA: Eu vou conversar com a Miriam Belchior. Ela é presidenta da Caixa Econômica Federal, que acaba de anunciar que vai abrir o capital da Caixa Seguridade. Ministra, por que isso e não a Caixa propriamente dita?

Miriam Belchior:
Porque a Caixa, o banco, é necessário que fique 100% público. Ele presta uma série de serviços ao Governo brasileiro. Ele é o principal braço auxiliador dos programas sociais, como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, e que, por sua própria natureza, haveria maior dificuldade em fazer uma abertura de ações.

E escolhemos seguros porque é um negócio de enorme potencial no futuro. Costumo dizer que até pouco tempo atrás, ninguém fazia seguro sequer de carro. Hoje, se tornou algo corriqueiro. Isso se deve ao aumento de renda da população brasileira que começa a ter acesso a esse tipo de serviço.

O mercado de seguros começa a ganhar importância e tem uma enorme rentabilidade e a Caixa que está melhor posicionada para aproveitar o crescimento desse mercado.

PHA: A Caixa tem uma capilaridade grande com brasileiros da classe média e baixa. Esse é um público-alvo nessa estratégia para abrir o capital da Caixa Seguridade?

Miriam:
Com certeza. Essa massa de novos consumidores, cidadãos, que chegam ao mercado estarão em condições de alcançar esse serviço. A Caixa já atende essas pessoas e quer oferecer de maneira melhor e potencializar o nosso trabalho nessa área.

Como se sabe, a Caixa se tornou o terceiro maior banco brasileiro em ativos. Nós crescemos muito e precisamos garantir a continuidade nesse posto e, para isso, precisamos de rentabilidade e essa área é muito importante para nós.

PHA: Quando deve ser esse IPO, essa abertura de capital?

Miriam: O que anunciamos hoje são os estudos para fazer a oferta pública de ações. É um trabalho que vamos desenvolver durante esse ano de 2015.

PHA: No que isso beneficia a Caixa?


Miriam: Hoje, como a forma das participações da Caixa estão distribuídas em diversas empresas de seguridade faz com que a gente não potencialize  esse enorme capital que nós temos, que é o número grande de correntistas e a capilaridade que a Caixa tem.

PHA: Quantos correntistas da Caixa hoje poderiam ser o público-alvo dessa estratégia da Caixa Seguridade?


Miriam:
Para cada público-alvo a Caixa precisa desenvolver produtos específicos. Se você pega, por exemplo, a TV acabo, ela tem vários pacotes que dependem da renda da família.

Nessa área se faz produtos específicos para cada tipo de cliente.

PHA: A senhora foi Ministra do Planejamento. Qual o impacto dessa operação de fazer oferta pública de ações na Caixa Seguridade pode ter nas contas públicas?

Miriam:
Ela alavanca uma coisa importante, no caso da previdência privada, que é mais poupança no país.

PHA: O Banco do Brasil fez isso, abriu capital da BB Seguridade. Em que essa experiência orientou a decisão da Caixa?

Miriam:
O Banco do Brasil se antecipou e fez esse trabalho. Nós vamos usar a experiência deles, mas a Caixa tem suas especificidades. A gente espera fazer de maneira mais rápida.

PHA: A senhora imagina que a operação de seguros da Caixa vai se confrontar no mercado com quem?


Miriam: É um mercado competitivo, mas tem espaço para todo mundo. Assim, como nos tornamos o terceiro banco em ativos no país, nós também vamos à luta para conquistar um marco importante desse negócio.

PHA: Em que fase está o Minha Casa Minha Vida 3?

Miriam: O mercado está ansioso que coloquemos isso. O Governo, nesta quarta-feira (8), está fazendo uma reunião com o setor da construção civil para a gente finalizar os aperfeiçoamentos que essa nova etapa do MCMV vai ter com mais três milhões de unidades.

Quando a gente entrou na segunda etapa, em 2011, nós discutimos o aperfeiçoamento do programa e contratamos mais de dois milhões e entregamos.

Agora, também, estamos aprendendo com nossa experiência anterior para que a gente possa contratar as três milhões de casas.

PHA: Que correções serão feitas no Minha Casa Melhor?

Miriam: Neste caso, o desenho atual resultou em um número alto de inadimplência. Então, estamos discutindo como vamos resolver essa questão.

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Miriam-Belchior-1.mp3 por redacao — última modificação 08/04/2015 15h18