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Castelo de Areia: Barroso esvazia a Lava Jato

Castelo é a Operação das Operações: vai ao cofre dos tucanos de SP​
publicado 07/12/2014
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Na reportagem “A Operação das Operações”, o repórter Fabio Serapião da Carta Capital volta a lançar luz sobre a mixórdia seletiva em que a Vara do Moro (cuja mulher trabalha para tucanos ), os delegados aecistas e o PiG transformaram a Operação Lava Jato.

A Operação das Operações é a Castelo de Areia, que pega os tucanos gordos com a boca no cofre.

É bom lembrar que a Castelo é obra, também, do inesquecivel Juiz Fausto De Sanctis, que o imaculado banqueiro conseguiu – leia “Operação Banqueiro”, de Rubens Valente  - ajudar a remover para a Vara dos velhinhos...

(E por muito menos do que a Vara do Moro faz com os “suspeitos”.)

Serapião mostra que a Castelo adormece desde abril na gaveta do Ministro Luís Roberto Barroso, do STF.

Realizada em 2009, a Castelo desarticulou o esquema de desvios em obras e pagamentos de propina a agentes públicos capitaneado pela Camargo Corrêa.

Em 2010, uma liminar no STJ do Ministro César Asfor Rocha atendeu a demanda do advogado Márcio Thomaz Bastos, que, como se sabe, foi um dos apanhados na Operação, com remessa ilegal para o exterior...

(Bastos, como se sabe, nomeou vários ministros do Supremo, na era trabalhista. Sem comentários ...)

A Castelo de Areia descreve as atividades do doleiro da OAS, Kurt Pickel.

E deve muito ao trabalho provisoriamente frustrado da corajosa Procurador Karen Khan.

Ela e De Sanctis, com a investigação primorosa do delegado federal Otavio Rosso, chegaram ao coração do tucanato paulista: Robson Marinho, chefe da Casa Civil de Covas e herói do trensalão; e Paulo Vieira de Souza, que Cerra chama de Paulo Afro-descendente, “acusado de desviar dinheiro arrecadado para a campanha do tucano José Serra, em 2010”, mostra Serapião.

Na Castelo também se conhece a generosidade de Paulo Vieira de Souza, que emprestou R$ 300 mil ao Senador e candidato a vice-presidente Aloysio Nunes.

Tucano gordo é o que ali não falta.

Como também não falta tucano gordo na Satiagraha, que preguiçosamente repousa na gaveta do implacável Ministro Fux, sob a forma de Recurso Extraordinário 680967.

Como se vê, amigo navegante, Serapião prova que cabe ao Supremo legitimar a Lava Jato ou desmoraliza-la irremediavelmente.

Como conclui o Serapião:

“Ao sair do limbo, as provas (em mãos do Ministro Barroso) comprovariam que a novidade não é a existência de um cartel de empreiteiras a atuar em todos os níveis de poder, mas o compromisso do Judiciário em punir os envolvidos em desvios de dinheiro publico."


Em tempo: por falar no papel central do Supremo na punição a corruptos – gordos e magros … - cabe lembrar que o Dr Moro podia convocar o Ministro Gilmar – o tucano de toga, segundo Dias - para explicar por que dispensou a Petrobrax do FHC de fazer licitação.

Em tempo2:

Vale recordar o que esse Conversa Afiada já disse sobre reportagem anterior (também excelente !) de Serapião:

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/11/22/stf-barroso-e-fux-podem-desmoralizar-lava-jato/

Fabio Serapião escreveu para a Carta Capital dessa semana uma notável reportagem: “Juízo final ?”.

O título contém esse ceticismo que só o Supremo pode desfazer.

Por que o Supremo, de novo ?

Serapião revela que dorme na gaveta do sereno Ministro Luís Roberto Barroso um Recurso Especial para retomar a Operação Castelo de Areia.

A Castelo de Areia, como se sabe, é a que desnuda a ligação orgânica, estrutural de empreiteiras – Camargo Correia, de novo – com os tucanos de São Paulo.

Da mesma forma, adormece na gaveta do Ministro Fux a RE 680967 que legitima a Satiagraha – a Operação que desnuda as sinistras ligações dos protagonistas da Privataria Tucana com a fundaçao da BrOi – a tal da patranha.

(BrOi foi a operação no BNDES que deu a Brasil Telecom à Oi Com o dinheiro do FAT, o BNDES conferiu um “bônus de saída” (quá, quá, quá !)  de US$ 1 bilhão a “brilhante banqueiro”, na qualificação de seu patrono, Fernando Henrique Cardoso. Foi FHC quem “deu” a Brasil Telecom ao “brilhante” naquela famosa operação conhecida como “se der m”…)

O Juiz Moro, que militou na desmontagem – inútil – do Banestado, sabe de quem se trata …)

A Castelo de Areia foi interrompida no Superior Tribunal de Justiça, porque uma denúncia – depois confirmada  por investigação da PF – foi uma “anônima”.

O STJ, então, considerou que se tratava de uma “maçã podre” que contaminou toda a árvore (regada pelos empreiteiros, para fazer a torta de maçã do breakfast tucanos de São Paulo …)

“Denúncia anônima” serve para prender pedófilo mas, não, para prender tucano de São Paulo.

Viva o Brasil !


Paulo Henrique Amorim



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