Economia

Você está aqui: Página Inicial / Economia / 2014 / 01 / 20 / Luiza desmoraliza a capital da Colônia

Luiza desmoraliza a capital da Colônia

Não fosse o Lucas Mendes, o espectador poderia admitir que ela estava errada ...
publicado 20/01/2014
Comments

 

O Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira sobre entrevista com Luiza Trajano, proprietária dos Magazines Luiza num programa da GloboNews que é uma espécie de praça central da Colônia global.

Além de desmoraliza-los sobre o crescimento do varejo, Luiza desmentiu que houvesse inadimplência.

E tirou o maior sarro quando insistiram em que, mais cedo ou tarde, a Amazon vai comprar a Luiza.

Acontece que os magazines Luiza já vendem maciçamente pela internet: elas são sua própria Amazon.

É triste se pensar Metropolitano.

E a Metrópole não tomar conhecimento da sua existência.

Ali se pratica o exercício de tirar os sapatos como se fosse "o copo cheio".

Definitivamente, eles se sentem mais à vontade com o Príncipe da Privataria - que também prefere a posição genuflexa.


A crise no varejo segundo Mainardi e o Manhattan Connection




Me enviam um vídeo no Facebook que me faz rever Diogo Mainardi. É um trecho de um Manhattan Connection com uma entrevista com Luiza Trajano, dos magazines Luiza.

E é também uma estupenda aula de antijornalismo. Nas escolas de jornalismo poderiam passar o vídeo e dizer:”Prestem atencáo. É assim que não se faz jornalismo.”

Apenas uma pessoa se salva: a própria Luiza. Simples, educada, simpática e firme, ela leva luz a um ambiente de ampla ignorância sobre o assunto em debate. Fora isso, ela nota a patologia da mídia econômica em sempre enxergar a parte vazia do copo. “Personifico o copo vazio”, brada, triunfalmente, Mainardi.

O tema discutido é o varejo brasileiro. Uma “crise” assola o varejo, segundo o programa. Diogo Mainardi tem dados apavorantes, que ele transmite com a euforia dos que torcem sempre pelo naufrágio. A inadimplência subiu pelo segundo ano consecutivo, segundo ele. O horror está aí. Ele quer saber quando Luiza vai vender sua rede para a Amazon.

Calmamente, ela corrige Mainardi. A inadimplência caiu no varejo. As vendas cresceram mais de 5% em 2013. São “estatísticas” que ela se prontifica a passar para Mainardi. Ele, claro, recusa. “Me poupe”, diz.

Este é o jornalismo de Mainardi. Desprezo pelos fatos, pelas estatísticas e um formidável blablablá catastrofista. O catastrofismo está grudado no jornalismo econômico brasileiro.

Má notícia é boa notícia, esta a lógica. As coisas se complicam quando você, como Mainardi, torce os fatos para chegar à má notícia. Num mundo jornalístico menos imperfeito, Mainardi seria severamente repreendido.

Mas alguém imagina isso acontecendo?

Pessoas como Mainardi têm passe livre para dizer as bobagens que quiserem, desde que batam no PT. Outro caso notável, aí, é o do ‘historiador’ Marco Antônio Villa. Apesar de sistematicamente cometer erros grosseiros de avaliação, Villa é um personagem ubíquo na mídia brasileira. Ele só será cobrado se um dia elogiar Lula ou Dilma.

No Manhattan Connection, os amigos ajudam Mainardi, como você pode perceber no vídeo. Ficamos sabendo pelo apresentador Lucas Mendes que quem decretara a crise no varejo brasileiro, uma semana antes, fora Caio Blinder, apoiado sabe-se lá em quê. Blinder aparece no vídeo e não está nem um pouco vexado por informar erroneamente seus espectadores. Não se desculpa, não se explica.
Está risonho como se tivesse dado o furo de que o homem pisou na lua.

O próprio Lucas Mendes, enquanto está fora do ar, faz uma pesquisa improvisada e diz sobre as visões opostas de Luiza e Mainardi: “Acho que a Luiza está certa.”

Ele acha. Isso sugere que ele considerava a possibilidade de que Mainardi, com seu conhecimento enciclopédico, é que estivesse certo.

Penso como é quando não existe alguém como Luiza para corrigir as barbaridades da turma do Manhattan Connection.

Pobres espectadores.




Clique aqui para ler "Magazine Luiza anuncia que está em crise !"

E aqui para "Magazine Luiza: vendas explodem"