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Dantas-BNDES S.A. E a Urubóloga não denuncia ?

Como é que a Dilma vai explicar ao eleitorado em 2014 que ficou sócia do imaculado banqueiro ?
publicado 22/01/2013
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Saiu na Infomoney:

Ações da Oi caem mais de 6% com confirmação de saída do presidente


SÃO PAULO - As ações da Oi (OIBR3, -5,91%, R$ 9,07; OIBR4, -6,55%, R$ 8,13) passam por um início de semana ruim. Depois das fortes perdas da véspera, elas voltam a abrir no vermelho após a Telemar confirmar a demissão de Francisco Valim do comando da Oi. No caso dos papéis preferenciais, as perdas já são superiores a 11% nestes dois pregões.

Em comunicado nesta manhã, a Telemar Participações informou que o Conselho de Administração aprovou a indicação de José Mauro da Cunha para o cargo de diretor-presidente da Oi. Na mínima do dia, os papéis preferenciais chegaram a cair 7,8% e, os ordinários, 6,0%.

Navalha

O Conversa Afiada, modestamente, tinha anunciado a catástrofe, ao tratar de Daniel Dantas (“dizem que foi brilhante !”, segundo FHC, seu patrocinador na Privataria) no post “no que deu a Privataria do FHC”.

A associação sombria do BNDES com Daniel Dantas, se consumou na patranha da BrOi.

Como se não bastasse: o BNDES se prepara para levar Daniel Dantas “de volta ao futuro”:

Marfrig leva Daniel Dantas de volta para o futuro

Daniel Dantas estaria preparando seu retorno ao palco dos grandes negócios com um script espetacular. Sua caminhada de volta se daria pelas trilhas do agronegócio, mais precisamente através da Marfrig.

A operação uniria sob um só teto o proprietário do maior rebanho bovino do Brasil – o banqueiro tem cerca de 450 mil cabeças de gado, por meio da Agropecuária Santa Bárbara – e o segundo principal frigorífico do país, com faturamento anual acima de R$ 22 bilhões.

E carimbaria uma hiperbólica vitória de Dantas contra os mais diversos estamentos de poder após acirrados contenciosos jurídicos.

Em razão das suas sutilezas e do seu contorno político, o projeto exige uma meticulosa costura, a começar pelo BNDES, dono de 12,25% da Marfrig.

Até porque os caminhos que unem a agência de fomento e o frigorífico são tortuosos.

(…)

Independentemente da posição do banco, o fato é que, para Daniel Dantas, a compra do controle ou de parte da Marfrig passa necessariamente pelo BNDES, que no modelo ideal dividiria o controle.

Mas não passa pelas divinas tetas do banco. Pelo contrário.

Em vez de devedor, Dantas teria grande chance de se tornar credor, pelo menos moral, do governo, ao ingressar na problemática Marfrig, que carrega uma dívida de R$ 9 bilhões.

(...)

Caso a boiada avance, Dantas e o BNDES se tornarão grandes players mundiais da cadeia da proteína, de certa forma se indexando aos quase 1,5 bilhão de estômagos chineses.

E será, sem dúvida, um vira, vira, virou de um empresário que, nos últimos anos, ficou marcado mais por suas contendas do que por seus prósperos negócios.

E o Molina? Ah, antes que se esqueça, Molina montará em um boi magro e sairá passeando pelo pasto como acionista minoritário.

Procurada, a Marfrig informou que "não comenta rumores de mercado". Por meio de sua assessoria, Daniel Dantas garantiu não ter interesse na verticalização da Agropecuária Santa Bárbara (Relatório Reservado, 22/1/13)

 



Em tempo: a Urubóloga é uma das críticas mais agudas da política do BNDES de “escolher os vencedores”, “pick the winner”. Porém, em seus notáveis artigos, ela se esquece de citar o exemplo retumbante da patranha da BrOi. Vamos ver se, agora, ela se preocupa com essa operação de “vira, vira, virou”. Essa é mais mirabolante do que aquela em que o BNDES ia dar dinheiro ao Abiliô para tomar de volta o que vendeu ao Casino da França.

Em tempo2: como é que a Dilma vai explicar ao eleitorado em 2014 essa renovação da sociedade do BNDES com o imaculado banqueiro ?

Não se esqueça de ver como Daniel Dantas recebe os sem terra em suas fazendas do Pará.


Paulo Henrique Amorim