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Falta acender a luz do BNDES. De novo, é um banco político

Segundo o Estadão, a Portugal Telecom avalia fusão com a BrOi.
publicado 09/07/2011
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Segundo o Estadão desta sexta-feira, na pág. B 14, a Portugal Telecom avalia fusão com a BrOi.

Segundo o “Diário Econômico”, que pertence a um dos acionistas da operadora portuguesa, união pode acontecer em três anos ou mais.

(Na verdade, os portugueses já mandam na BrOi faz tempo. Trata-se, aí, apenas, de uma reorganização societária dos sócios não-brasileiros.)

Como se sabe, a BrOi é a P-36 do Governo Lula.

O BNDES patrocinou a fusão da Brasil Telecom com a Oi.

Foi uma trampa.

O BNDES deu grana para haver uma “reorganização societária” na Oi.

Exatamente como ia dar ao Abiliô para se associar ao Carrefour e dar uma banana para o Casino: uma “reorganização societária”.

O argumento da trampa da BrOi era criar um “global player”: a BrOi do BNDES ia concorrer com a Verizon nos Estados Unidos e a British Telecom na Inglaterra.

Quá, quá, quá, quá !

A BrOi não concorre, para valer, com a Telefonica, a TIM ou a Claro.

Quanto mais com a Verizon.

É o mesmo argumento que o Luciano Coutinho usou para justificar a grana para o Abiliô: vender pão de queijo no Carrefour em Paris.

Quá, quá, quá, quá !

No caso da BrOi, o passador de bola apanhado no ato de passar bola – clique aqui para ver o vídeo que o Gilmar Dantas (*) ignorou: o ato de passar bola no jornal nacional - recebeu um cala-a-boca de US$ 1 bilhão.

Ninharia.

Dinheiro de pinga.

No caso do Abiliô, a grana do BNDES (R$ 4 bilhões, outra grana de pinga) era para reforçar a posição do Abiliô, que, lamentavelmente, no ano que vem, deixará de ser dono para ser acionista minoritário do Casino.

Um problema que deve ser encaminhado ao psicanalista e, não, ao BNDES.

O BNDES, como se sabe, administra dinheiro do trabalhador, o FAT.

Ora, dirão os sábios: o dinheiro do Abiliô não viria do FAT, porque estão em gavetas separadas no armário do BNDES.

Aí, cabe o aforismo do Delfim, que já viu urubu andar de costas: dinheiro não tem carimbo.

No Valor deste fim de semana, na pág. A11, Márcio Garcia, professor da PUC do Rio, pergunta: “O que faz o BNDES ?”

Garcia pondera que o BNDES cobra juros subsidiados e que juro subsidiado é subsídio.

Portanto, dinheiro que não entra no Tesouro.

Portanto, dinheiro que é subtraído do povo.

(Como é da PUC do Rio, Garcia não se expressa exatamente assim – PHA.)

Garcia está mais preocupado com o fato de a farta  distribuição de juros subsidiados pelo BNDES prejudicar a política monetária.

E, por isso, ele sugere que os juros subsidiados do BNDES sejam incluídos no Orçamento da União – e, por definição, discutidos no Congresso.

E que haja mais transparência sobre como o BNDES distribui dinheiro do povo.

Por exemplo.

Por que dar grana subsidiada, do povo, ao Dantas e ao Abiliô ?

O professor Garcia deve ser um exímio economista.

Ou não lecionaria na PUC do Rio, de onde vem este ansioso blogueiro também notável sociólogo ...

Porém, o ansioso blogueiro está menos preocupado com a política monetária (esse pessoal da Economia da PUC do Rio é muito chegado a política monetária.)

O ansioso blogueiro prefere meter a mão na massa.

Dos urubus que voavam de costas em Niterói – segundo o sábio carioca Stanislaw Ponte Preta.

O Mino Carta, em imperdível editorial que pede a cabeça do Johnbim e do Zé (o Zé do Dantas) lança a suspeita de que o Abiliô tenha sido um dos fregueses secretos do Palocci.

A tal “fusão” que o Palocci não podia revelar seria essa, a do Abiliô.

E que, portanto, o Palocci tenha sido o espírito santo de orelha da “operação Abiliô” do BNDES.

Segundo o jornal Globo, Abiliô foi um dos destacados financiadores do PT na eleição de 2010.

A trampa da BrOi, como se sabe, é outra que tem nítida inspiração política.

Esta aí o Antero que não nos deixa mentir – clique aqui para ler “O brindeiro Gurgel se esqueceu do 38º. mensaleiro: o Dantas, que irrigava o valeriodantas”.

O Antero acusa os mensaleiros do brindeiro Gurgel de acobertar o mandante: o Dantas.

Sem a grana do Dantas o duto se entupiria de areia e ratos.

Ele só se tornou um duto operacional, lubrificado, com a grana do Dantas.

Portanto, nada mais razoável supor que a BrOi entrou no BNDES pelo duto do Dantas.

Ou seja, a decisão de fazer a BrOi foi uma decisão política.

Porque Dantas – maior beneficiário dela – já estava  instalado no sistema político do país – e, por definição,  do PT.

O Delúbio chamava o Carlinhos Rodemburgo – o braço direito (e esquerdo) do Dantas – de Dr Carlinhos, ao depor na CPI dos Correios.

O Dr Carlinhos.

O Dr Carlinhos do Heráclito Fortes.

E do Nelson Johnbim.

Todos eles muy amigos do Dr Carlinhos.

Tudo isso, amigo navegante, para dizer que este ansioso blogueiro, com a ajuda dos urubus de Niterói, passou a desconfiar que o BNDES voltou a ser uma instituição política.

E, pior: partidária.

Como foi no Governo Cerra/FHC.

Foi o BNDES – lembra o Tijolaço – que ajudou a AES americana a “comprar” a Light dos bueiros, a Light que o Cerra vendeu com o sorriso nos lábios.

Foi o BNDES que montou a operação de “antecipação do aumento de capital” para tirar a Globo da concordata – no Governo do Cerra/FHC.

O BNDES do PT é o BNDES do PSDB.

Adora fazer política.

(Com o dinheiro do povo.)

Está na hora de acender a luz no prédio do BNDES.

Irrigar os maravilhosos jardins do Burle Marx.

E deixar que o sol os ilumine.


Paulo Henrique Amorim


(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.