IPEA: crise de 2008 (aquela da Miriam) não impediu progresso na distribuição da renda
Conclusões:
Percebe-se que a positiva e recente combinação do crescimento econômico mais acelerado com o reforço das políticas públicas distributivas manteve a trajetória de redução no grau de desigualdade na distribuição funcional e pessoal da renda. Com isso, mesmo com a crise internacional que contaminou desfavoravelmente a economia brasileira no último trimestre de 2008, não houve registro de inflexão na marcha de elevação da participação do rendimento do trabalho na renda nacional, tampouco no comportamento de queda do índice de Gini.
Mas há sinais que diferenciam a situação da distribuição funcional da renda durante a contaminação da crise internacional entre o final de 2008 e começo de 2009 e no movimento de recuperação econômica a partir do segundo trimestre do ano passado. No imediato momento de manifestação da crise internacional, a adoção de políticas anticíclicas se mostrou mais favorável à elevação do rendimento do trabalho na renda nacional.
Todavia, a trajetória de recuperação da economia brasileira, ancorada na elevação do PIB e da produtividade, vem se mostrando menos favorável ao rendimento do trabalho. Pelo contrário, crescem mais rapidamente os rendimentos dos proprietários, o que tem imposto a regressão na participação do trabalho na renda nacional. Isso, contudo, ainda não comprometeu a trajetória de redução da desigualdade na repartição pessoal da renda, medida pelo índice de Gini.
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