O Golpe canta Tom Jobim
Eles dão legalidade à vazação do Moro
O artista plástico Nuno Ramos - entre outras especialidades, é pintor, escultor, cenógrafo e videomaker - decidiu fazer, à sua maneira, um protesto contra o Golpe que derrubou a presidenta legítima Dilma Rousseff e pôs no lugar o ladrão presidente, o MT da lista de alcunhas da Odebrecht.
Seu objetivo era transformar os âncoras do jornal nacional, William Bonner e a Renatinha Vasconcellos, e também o repórter Vladimir Netto, em interpretes de uma canção de protesto.
(Vladimir Netto, que segue a gloriosa carreira da mãe, a notável Cegonhóloga, foi o responsável por um furo histórico: noticiou o vazamento (ilegal), que o Juiz Imparcial de Curitiba ofertou à Globo - provavelmente com a ajuda da CIA - da conversa sigilosa entre uma Presidenta é um ex presidente. Neto teve um papel colossal nesse e em outros Golpes!)
Para começar sua obra, Nuno Ramos pegou trechos do jn. Editou, processou, cortou e colou tudo até que os dois passassem a cantar a canção “Lígia”, bossa nova escrita por Tom Jobim em 1972 e depois gravada por Chico Buarque, entre outros intérpretes.
Ramos não utilizou qualquer trecho do jornal nacional: primeiro, se baseou na edição do dia 16 de março do ano passado - o dia da divulgação do grampo do Moro…. Ramos utilizou, também, pedaços do jn de 31 de agosto - o dia em que os canalhas, canalhas, canalhas, segundo Requião e Lindbergh, votaram pela saída definitiva de Dilma.
Dessa forma, Nuno Ramos transforma “Lígia” em trilha sonora de dois capítulos sinistros da história do Brasil: a ditadura militar e o Golpe de 2016. Em ambos, a canção de Tom Jobim acompanha, irônica, os momentos sinistros da política brasileira.
O trabalho de Nuno Ramos - e de outros artistas - está disponível também no site www.aarea.com.
