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Orquestra de jovens da Bahia e de Castro é uma festa !

Paulo Henrique Amorim conversou com Ricardo Castro, por telefone, que estava no Teatro Castro Alves, em Salvador.
publicado 25/07/2010
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O Neojibá – Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia – nasceu quando o pianista e maestro baiano Ricardo Castro assistiu a um espetáculo da Orquestra Juvenil da Venezuela, que existe há 35 anos, envolve 320 mil crianças venezuelanas e revelou o maestro Gustavo Dudamel.

Castro conversou com Marcio Meirelles, que se tornaria  Secretário de Cultura da Bahia, no Governo Jacques Wagner e o Neojibá se tornou uma Organização Social de Cultura com recursos do Governo da Bahia, desde que execute as metas pactuadas no Plano de Trabalho do Contrato de Gestão.

Paulo Henrique Amorim conversou com Ricardo Castro, por telefone, que estava no Teatro Castro Alves, em Salvador.

Castro está desde 1984 na Suíça, de onde trabalha como pianista de reputação internacional.

Agora, ele faz ponte aérea entre Genebra e Salvador, 15 dias numa cidade, 15 dias na outra.

E ele que só vinha à Bahia para tomar banho de mar ...

A ideia é que a criança aprenda música melhor, com mais eficiência, quando toca em conjunto.

E isso acontece também com a prática orquestral.

O sonho de Castro é criar uma orquestra em cada cidade da Bahia.

E servir de exemplo a outros Estados.

Quando Ricardo começou a trabalhar, ele pediu conselhos a Antonio Abreu, fundador do sistema venezuelano.

E ele sugeriu: faça uma chamada pública de jovens da sua cidade que toque qualquer coisa.

Em 15 dias um maestro venezuelano dará um concerto com os jovens que você selecionar.

Incrédulo, Ricardo fez isso.

Apareceram 160 músicos.

Um tocava violino na igreja, outro flauta no circo ...

Ele selecionou 80.

Veio um maestro da Venezuela e o público do Castro Alves,  entusiasmado, às lágrimas, aplaudiu um concerto realizado quinze dias depois.

Ricardo foi em frente.

Mandou 12 músicos para estudar na Venezeula.

Eles se tornaram chefes de naipe e monitores.

O primeiro spalla hoje estuda no Conservatório de Genebra.

Há um convênio com uma orquestra juvenil da Inglaterra, com intercâmbio de músicos, também.

Uma das singularidades do Neojibá é que os músicos fazem também uma coreografia.

Eles dançam enquanto tocam.

Sem prejudicar, é claro, a musicalidade.

Castro explica que o espectador não percebe a importância que o corpo desempenha na performance de um músico.

Você se dá conta disso numa banda de jazz.

Mas, não, numa orquestra de música clássica.

Por que uma orquestra que toca música latino-americana, mambo, salsa, não pode dançar ?

Castro disse aos meninos: vocês estão livres.

Façam a coreografia que quiserem, mas respeitem a música !

O repertório que eles apresentaram na Sala São Paulo, no último fim de semana, é o mesmo de uma recente tournée pela Europa.

Tem Villa, Bernstein, termina com o compositor argentino Ginastera e, num bis, toca Tico Tico no Fubá.

E a plateia delira.

Se deixar, conta Castro, eles não saem do palco, de tanto bis.

Eles tiveram até que inventar uma forma de encerrar o concerto: eles saem do palco tocando.

Tocam um frevo, dançam e vão embora.

Isso faz tanto sucesso, conta Castro, que no Royal Festival Hall, em Londres, os músicos recentemente fizeram o mesmo: saíram de cena tocando.

Clique aqui para ver um vídeo do Neojibá.

Aqui para ver outro vídeo.

E aqui para ver mais um vídeo do grupo.

 

Ouça aqui o áudio da entrevista com o maestro Ricardo Castro: