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Vereadora denuncia violência policial e é assassinada no Rio

Marielle também supervisionava a Intervenssão Tabajara. Precisa desenhar?
publicado 15/03/2018
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Ato no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na manhã dessa quinta-feira, 15/III

A vereadora Marielle Franco, do PSOL, foi assassinada a tiros por volta das 21:30 desta quarta-feira (14/III) no bairro do Estácio, centro do Rio de Janeiro. O motorista Anderson Gomes também foi morto.

Marielle voltava de um debate com militantes no bairro da Lapa quando, de acordo com testemunhas, um carro parou ao lado de seu veículo. Dois homens dispararam e fugiram.

A vereadora foi atingida por ao menos cinco tiros na cabeça.

Marielle nasceu na favela da Maré, zona norte do Rio. Era socióloga e foi eleita vereadora com 46.500 votos - foi a quinta vereadora mais votada nas últimas eleições.

Militante por Direitos Humanos, Marielle denunciou, no domingo, a ação de policiais do 41o Batalhão da PM na favela de Acari.

Segundo Marielle, moradores relataram a truculência da polícia durante uma operação no sábado: PMs invadiram as casas dos moradores, fotografaram suas identidades. Dois jovens também teriam morrido na ação.

"Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando os moradores. Nessa semana, dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje, a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior", escreveu Marielle.

Há duas semanas, Marielle assumiu a relatoria de uma comissão da Câmara de Vereadores criada para acompanhar a atuação da Intervenssão Tabajara no Rio de Janeiro.

 

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Em tempo
: em 28 de março de 1968, o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto foi assassinado por policiais no restaurante Calabouço, para estudantes, perto do aeroporto Santos Dumont, no Rio.

Com medo de os policiais sumirem com o corpo de Edson, os estudantes o levaram até a Assembleia Legislativa do então estado da Guanabara, onde foi feito o velório.

Em junho, estudantes organizaram a Passeata dos Cem Mil, que deu início a uma série de mobilizações de jovens contra a ditadura. Os protestos continuaram até dezembro, quando foi promulgado o AI-5.