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Veja abusa da irresponsabilidade ao expor o porteiro que citou Bolsonaro

Ele mora em área dominada por milícias
publicado 08/11/2019
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A revista Veja publica nesta semana uma reportagem em que expõe o rosto, o nome e outros dados sobre o porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, que contou à Polícia Civil que Élcio de Queiroz, um dos acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco, disse que iria à casa 58 - que pertence a Jair Bolsonaro - horas antes do crime.

A matéria identifica que o porteiro vive na Gardênia Azul, bairro dominado por milícias na zona oeste do Rio. “Eu não estou podendo falar nada. Não posso falar nada”, disse o porteiro à revista.

Pessoas próximas a ele entrevistadas pela Veja o descreveram como um homem discreto, que frequenta a igreja e trabalha no condomínio há 13 anos. Ele é casado e tem dois filhos.

Um cunhado disse que ele não comenta nada sobre o caso. "Não sei se alguém importante mandou ele não falar. Quando alguma pessoa chega perto e toca no assunto, ele foge". Segundo familiares, está "feito um animal acuado" e "com muito medo de perder o emprego e até morrer".

O amigo navegante se lembra de que o Jornal Nacional em 29/X sustentou que este porteiro disse que, no dia do assassinato de Marielle, Élcio de Queiroz, ex-policial militar acusado de envolvimento no crime, afirmou na portaria que iria à casa 58, de Jair Bolsonaro. Ao interfonar para a casa em questão, um homem com a mesma voz do presidente teria atendido e autorizado a entrada. O suspeito, porém, teria se dirigido a outra residência dentro do condomínio - a de Ronnie Lessa, acusado de atirar contra Marielle e seu motorista, Anderson Gomes.

Na última quarta-feira, a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a Polícia Federal de Sergio Moro abriu inquérito para investigar supostos crimes por parte do porteiro, entre eles obstrução de justiça, falso testemunho e denunciação caluniosa.

A propósito, já que a Polícia Federal quer investigar possível crime de obstrução de justiça por parte do porteiro, cabe perguntar se o mesmo não poderia ser feito em relação a Bolsonaro.

No sábado 2/XI, o presidente confirmou que tomou para si os arquivos com as gravações da portaria: “Pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de anos, a voz não é minha”.

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