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Temer e Marchezan jogam os militares contra o povo!​

Capachos da ditadura...
publicado 05/01/2018
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O Conversa Afiada publica artigo (sempre sereno) do colUnista exclusivo Joaquim Xavier:

O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr., reúne ao menos três cicatrizes indeléveis. É filho de um capacho da ditadura militar, que dedicou sua carreira política a engraxar botas do primeiro cidadão vestido de verde oliva postado à sua frente. Pertence ao PSDB de Aécio Neves, FHC, José Serra, Aloysio 500 mil (pelo menos), Tasso Coca-Cola Jereissati, Dória farinata, Alckmin trensalão e por aí vai.

Como se não bastasse, milita no MBL, grupo de descendentes ideológicos do integralista Plínio Salgado.

Tirando isso, a grande façanha de Marchezan Jr. é rebolar em vídeos ao som de hits de gosto, digamos, duvidoso –​ ​sejamos complacentes, afinal.

A figura, portanto, teria tudo para ser ignorada. A não ser como mais um entre tantos serviçais que a politicagem brasileira, comandada pelo dinheiro alheio e uma mídia oficial corrompida, produz como pão quente. Só que estamos no Brasil, lugar em que um ladrão fantasiado de presidente tem quem convocar fotógrafos para provar que... anda!

Observa-se uma tendência, inclusive entre nomes respeitáveis, a considerar apenas como uma patuscada o memorando em que Marchezan Jr. pede tropas do Exército para impedir manifestações no dia da execução do ex-presidente Lula. Motivos para o desprezo não faltam. Após um desfile de patifarias, o tal documento atribui a Jr. o cargo de “prefeito municipal”. Descobre-se aí que, além de todos os defeitos, o cidadão e o vernáculo trafegam em paralelo. Alguém já ouviu falar em prefeito estadual, federal, mundial, internacional?

Triste reconhecer, mas são espécimes desse tipo que vêm dando as cartas no país desde o golpe de 2016.

Por isso o apelo desesperado às Forças Armadas por parte de um filhote da ditadura não pode ser visto apenas como fanfarronice. É o jogo real sendo jogado. O recurso ao monopólio das armas (concedido também aos amigos do peito) sempre foi o refúgio essencial desta escumalha que,​ ​na aparência endossada por um ​Judiciário apodrecido, afirma “representar o povo”.

Para quem tem lembranças curtas, vale revisitar o decreto do punguista ​T​emer à época de manifestações em Brasília.

Sob o mesmo argumento de preservação do patrimônio público, convocou os militares para conter protestos populares. Na ocasião, o usurpador contou com o apoio entusiasmado do ministro da Defesa, Raul Jungmann, indicado por um partido que se apresenta como costela de uma legenda que um dia representou os trabalhadores.

O episódio reavivou na memória episódios caros à tradição stalinista, da qual Jungmann é epígono grotesco. Um deles foi o apoio ao ditador Francisco Franco na Espanha contra a resistência republicana nos anos 30 do século passado.

Dessa gente tudo se pode esperar.

2018 será um ano de enfrentamento; sua intensidade ninguém é capaz de prever. Nenhum trabalhador, nenhuma trabalhadora, com ou sem emprego, nenhum jovem, nenhum brasileiro ansioso por uma vida digna deseja confrontos violentos.

Quer apenas que a democracia seja respeitada. Isto está mais do que claro em todas as convocatórias a uma concentração no dia em que o tribunal de Porto Alegre pretende guilhotinar o ex-presidente Lula.

O lado de lá pensa de outra forma.

Não só pensa, como age diferente.

Esta é a mensagem explícita no memorando mequetrefe do tucano de Porto Alegre.

Não existe golpista, rentista, entreguista disposto a abrir mão pacificamente dos privilégios indecentes mantidos durante anos a fio. Quem pensar o contrário pode muito bem se calar ​- ​e ir se acostumando ao que há de pior.

​Joaquim Xavier​