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Tacla: PT vai pedir a cabeça do Moro e do DD?

Cruvinel pergunta: e o CNJ? Vai fugir?
publicado 04/12/2017
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Se o PT não se tivesse tornado um partido apenas eleitoral (ou eleitoreiro).

Se o PT resolvesse ir pra cima.

O PT teria reagido - além do discurso - imediatamente após o depoimento de Tacla Durán e as intervenções competentes de Wadih Damous e Paulo Pimenta.

Por exemplo, ir ao Conselho Nacional de Justiça exigir uma investigação das relações do Judge Murrow com o compadre Zucolotto (a Justissa não resiste a um "compadre", não é isso Ministro Gilmar?).

Ao mesmo tempo, ir ao Conselho do Ministério Público denunciar o Dallagnol, desde o episódio cinzento da compra de casa pelo Minha Casa Minha Vida...

E ainda mais agora que um "DD" (deve ser o Duda da Dilva) aparece no rachuncho da Lava Jato.

Como pondera a sempre serena e aguda Tereza Cruvinel:

O advogado Tacla Duran falou a uma CPI do Congresso Nacional. Não foi entrevista ou postagem em rede social. E falou coisas da maior gravidade sobre os métodos da Lava Jato, que não passariam em brancas nuvens num país observador do devido processo legal. Tacla Duran apontou várias condutas irregulares de procuradores da Lava Jato, o que exige um posicionamento do Conselho Nacional do Ministério Público, órgão de supervisão e controle do MPF. Ele revelou que o advogado Zucolotto, padrinho de casamento do juiz Sérgio Moro, pediu R$ 5 milhões “por fora” para conseguir aliviar a multa que teria de pagar, se firmasse acordo com a Lava Jato. Isso exige um posicionamento do Conselho Nacional da Justiça, o CNJ, que existe para supervisionar o Poder Judiciário. Revelou ainda que dados do sistema de controle de propinas da Odebrecht foram manipulados para atingir seletivamente algumas figuras. Seu depoimento por videoconferência, ao longo de três horas, foi acompanhado por milhares de pessoas que esperam dos órgãos de controle mais do que declarações desqualificando Tacla Duran como foragido.

Na verdade, Duran é um refugiado legal na Espanha, que não irá extraditá-lo. Só por isso está falando, ao contrário dos outros investigados e condenados da Lava Jato, que temem sofrer retaliações. O que ele conta suscita perguntas incômodas aos homens da Lava Jato. Se Zucolotto pediu “por fora”, outros mediadores de delações também não pediram e levaram? Não seria este um padrão das negociações? Por que alguns, como o casal Monica e João Santana, conseguiram “salvar” uma parte de seus recursos. As provas apresentadas por Duran devem começar a ser requisitadas por advogados de réus da Lava Jato, a começar pela defesa do ex-presidente Lula, a quem Moro já negou algumas vezes o pedido para que Duran fosse ouvido em seus processos. Já sabemos. Ele negará também o apensamento das provas apresentadas pelo “foragido”.

Acima do Moro, como juiz, e acima dos procuradores, estão o Conselho Nacional de Justiça e o Conselho Nacional do Ministério Público. Se continuarem ignorando o que se passou na CPI da JBS, estarão reconhecendo a própria inutilidade.