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Saturnino: o ódio radicalizado não quer escutar

É importante pensar no que fazer depois da Eleição
publicado 23/10/2018
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Apoiadores de Bolsonaro pintam suástica em parede de escola em Guarabira, na Paraíba (Divulgação)

Conversa Afiada publica a nova edição do Correio do Saturnino, do ex-Senador Saturnino Braga:

ÓDIO RADICALIZADO


Passei duas semanas de férias fora do Rio: visitei a tranquilidade absoluta de uma pequena cidade de águas minerais no norte do nosso Estado, chamada Raposo; de lá fui ao Caparaó, percorri o belo parque nacional, divisei o Pico da Bandeira, o ponto mais alto do Brasil no meu tempo de colégio; desci ao litoral, parando no meio do caminho numa cidade de cultura alemã chamada Domingos Martins; almocei uma incomparável muqueca capixaba na Praia do Canto, em Vitória; passei três dias na deliciosa praia de Guarapari, e finalmente um dia e meio em Campos dos Goitacazes, terra dos Saturnino Braga.

Queria relaxar da tensão eleitoral e consegui. Fui com minhas secretárias de casa e meu velho e amigo motorista de antigas campanhas, e, realmente, nos encantamos e nos divertimos fartamente. Passava a vista nos jornais – não vejo televisão – e, apesar das notícias políticas, o precioso humor carioca prevaleceu fortemente durante todo o tempo.

Reinstalei-me no Rio no domingo e logo senti as radiações do ódio político radicalizado, a postura de quem não quer discutir, mas brigar; não quer ouvir e usar argumentos, plantado que está, sólida e definitivamente, numa posição inarredável, intolerante e até beligerante.

Bem, há pouco o que fazer numa situação dessas…

Não adianta lembrar a disputa entre Jânio Quadros, “o louco que o Brasil precisava”, e o General Lott, apoiado por JK mas desinteressante no seu bom-senso exemplar. Nem a eleição de Collor, o “caçador de marajás”, quando, além de Lula e Brizola, havia as alternativas de Mário Covas e Ulisses Guimarães.

O povo gosta de candidatos “diferentes”, que vão “mudar as coisas”, e frequentemente comete erros graves, como nos casos dos dois exemplos recentes citados.

Não adianta lembrar e argumentar: o ódio radicalizado não quer escutar e não escuta razões e exemplos; precisa, mais que tudo, descarregar o seu ódio.

Neste ambiente, então, além de continuar falando ao vento (o vento esparge as palavras), o mais importante é pensar no que fazer depois das eleições: aceitar o eleito e reafirmar enfaticamente a democracia, buscando o desarmamento de ânimos e, num clima de paz e razão entre brasileiros, usar todas as formas de comunicação para conscientizar sobre a importância decisiva da soberania dos interesses nacionais e da justiça social em nosso País.

Ter sempre presente que este golpe, como os outros, foi forjado pela CIA, que vai querer comandar o novo governo em favor dos desígnios do grande capital.

Bem, é isso companheiros, Ciro venceria com certeza, mas Haddad é grande e ainda não perdeu. Vamos à luta até o último minuto.

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