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Relatório contabiliza 160 invasões a terras indígenas em 2019

Para arcebispo, discurso de Bolsonaro incentiva ataques!
publicado 02/10/2019
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Representantes de comunidades indígenas participam de audiência na Câmara, em 2015 (Créditos: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Em entrevista à TV Afiada, Sonia Guajajara falou sobre o aumento dos ataques contra terras indígenas desde a eleição de Jair Bolsonaro - principalmente crimes ambientais e invasões de grileiros e garimpeiros.

Segundo a ativista - uma das mais importantes lideranças indígenas do Brasil atualmente - as declarações do presidente Jair Bolsonaro a respeito do meio ambiente e dos povos indígenas - como os recentes ataques ao cacique Raoni ou as críticas sem fundamento às demarcações de reservas - servem como um incentivo aos ataques e garantia de impunidade.

Essa posição é compartilhada, também, por outros grupos dedicados à defesa dos direitos das populações originárias.

O CIMI - Conselho Indigenista Missionário, grupo ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - lançou na terça-feira (24/IX), em Brasília, a nova edição do relatório "Violência contra os Povos Indígenas do Brasil".

Entre 2017 e 2018, o número de ataques a áreas indígenas cresceu de 96 para 109.

Entretanto, com a explosão da quantidade de registros desse tipo de ocorrência neste ano, o CIMI decidiu divulgar também dados preliminares: até setembro de 2019, o estudo contabilizou 160 casos de invasão em 153 terras indígenas de 19 estados.

Segundo o CIMI, as invasões agora seguem um novo padrão: os criminosos estabelecem bases dentro das próprias terras indígenas para demarcar lotes irregulares, derrubada ilegal de madeiras nobres ou abertura de pastagens e garimpos.

"Esses números mostram as consequências do discurso do presidente. Há um grande avanço das ocupações, as queimadas são um retrato disso", disse o presidente do CIMI, d. Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho, em entrevista à Piauí.

Na última terça-feira, 1o, o presidente Bolsonaro voltou a atacar os direitos da população indígena e a defesa do meio ambiente: segundo o Jair Messias, "o interesse na Amazônia não é no índio, nem na porra da árvore, é no minério"...

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