Brasil

Você está aqui: Página Inicial / Brasil / Raoni desafia Bolsonaro: "cadê o Queiroz?"

Raoni desafia Bolsonaro: "cadê o Queiroz?"

Cacique participou de encontro com ativistas e cientistas no Pará
publicado 19/11/2019
Comments
Laranja.jpg

O governo de Jair Bolsonaro, desde seu início, elegeu o cacique Raoni Metuktire, de 89 anos, uma das maiores lideranças indígenas do Brasil, como um dos seus principais inimigos.

Bolsonaro já disse que Raoni "não representa os indígenas brasileiros" e que foi "cooptado por outros países" - afinal de contas, o cacique mal brasileiro é, já que "não fala nossa língua", segundo o Jair Messias...

(O cacique fala português - aprendeu a língua com os irmãos Villas Boas na década de 1950 - mas há anos decidiu se expressar apenas em kayapó, sua língua nativa. Seus discursos são sempre traduzidos por um sobrinho que o acompanha em todas as viagens.)

Raoni não deixou barato: já chamou Bolsonaro de "doido" e afirmou que o presidente precisa deixar o cargo "antes que algo muito ruim aconteça".

O cacique concedeu entrevista ao portal El País em Altamira, Pará, onde participou entre os dias 17 e 19/XI do evento "Amazônia Centro do Mundo" - um encontro entre indígenas, movimentos sociais e cientistas para a criação de iniciativas de preservação ambiental e combate às mudanças climáticas.

Durante a entrevista, Raoni foi questionado sobre sua relação com o cantor britânico Sting, ex-vocalista da banda The Police, com quem o cacique saiu em turnê em 1989 para denunciar a destruição da Amazônia.

O líder indígena riu e respondeu: "todas as pessoas que eu conheço - Sting, o presidente da França, o Papa - todos me apoiaram, todos me falaram que Bolsonaro não é bom, porque ele está me atacando. Todos me disseram, 'estamos com você'", disse Raoni.

Ele conclui com um desafio: "eu que pergunto onde está o amigo dele. Cadê o amigo de Bolsonaro? Cadê o Queiroz?".

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, filho 01 do presidente Jair Bolsonaro, é suspeito de participar de um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 7 milhões de reais entre 2014 e 2017.

A Veja encontrou o Queiroz no fim de agosto deste ano. Entretanto, segundo áudios publicados pelo jornal O Globo em outubro, Queiroz segue firme e forte a demonstrar que ainda possui um certo "capital político" com a família do presidente.

Gostou desse conteúdo? Saiba mais sobre a importância de fortalecer a luta pela liberdade de expressão e apoie o Conversa AfiadaClique aqui e conheça!

Leia também no Conversa Afiada: