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Privatifaria: Lemann passa a mão na Eletrobras

Trabalhadores denunciam infiltrado na estatal
publicado 15/09/2017
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Lemann vai entrar para o clube da privatifaria?

No último dia 28, Luis Nassif publicou em seu Jornal GGN:

A 3G e o negócio do século com a Eletrobras

O pano de fundo da privatização da Eletrobrás é o seguinte.

O pai da ideia é o Secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, operador colocado para dar as cartas no MME. O Ministro é figura decorativa.

Pedrosa é ligado ao fundo de private equity GP Investimentos (...) GP é Garantia Partners, que comprou a Cemar (Centrais Elétricas do Maranhão) quando essa estava sob intervenção da Aneel depois de ter sido devolvida pela Pennsylvania Power and Light, que perdeu 330 milhões de dólares na primeira privatização da Centrais Elétrica do Maranhão e a entregou de volta por 1 dólar.

Foi dada de graça a esse grupo apesar de haver uma proposta com dinheiro a vista do grupo americano Franklin Park, operador do Fundo Guggenheim, um dos maiores fundos de private equity americanos. Mas foi um leilão de cartas marcadas, no qual o trunfo do comprador estava na facilidade em renegociar os passivos da empresa com a Eletrobrás.

Daí nasceu a Equatorial Energia, que depois comprou a Celpa (Centrais Elétricas do Pará).

(...) Paulo Pedrosa foi Conselheiro da Equatorial, da Celpa, da Cemar e da Light, portanto ligado ao grupo Equatorial que é controlado pelo GP Investimentos, hoje com novo nome de 3G.

O fundo 3G é hoje o segundo maior acionista privado da Eletrobrás e foi um dos grandes compradores de ações na véspera do anuncio da privatização. A CVM está investigando. (...)

A meta é assumir o controle da Eletrobrás, o grande alvo do grupo Equatorial. Se bem sucedido, seria um negócio do "padrão GP". (...) Com R$ 15 bilhões, o 3G compraria um patrimônio liquido real de 300 a 350 bilhões de reais (...)

O fundo 3G Capital, apontado por Nassif como um dos maiores acionistas da Eletrobrás, é uma firma de investimentos fundada em 2004 pelos bilionários Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira e Jorge Paulo Lemann.

Além de 5,13% das ações na Eletrobrás , a 3G Capital controla empresas como a cervejaria InBev (dona de 21% do mercado mundial da bebida) e as Lojas Americanas, além de participar da gestão de marcas como Kraft Foods e Burger King.

Jorge Paulo Lemann, além dos negócios na 3G Capital (e da gloriosa parceria com a filha do Careca, José Serra em uma sorveteria), possui também um dedo no Golpe que derrubou a presidenta Dilma.

O Conversa Afiada mostrou que a Fundação Lemann apoiou grupos "apartidários"  como o "Vem pra Rua" - denúncia reforçada também pela BBC  e pelo GGN

A Fundação Lemann também organizou apresentações do juiz Sérgio Moro, o imparcial de Curitiba, em Nova York - o Conversa Afiada também fez essa denúncia, assim como o blog Cafezinho.

Lemann é um dos grandes patrocinadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos  - a universidade que, como mostrou a TV Afiada,  cumpre hoje, no Golpe dos canalhas, o papel que teve a Escola das Américas da CIA no Golpe de 1964.

Em seu blog, Luis Nassif afirma que o 3G Capital possui ligações também com a Equatorial Energia.

De acordo com denúncias de funcionários da própria Eletrobrás, o mesmo grupo Equatorial Energia mantém um "infiltrado" na diretoria da Eletrobrás. Trata-se de Oscar Salomão Filho, homem-chave nos processos de privatifaria do setor elétrico durante o governo do FHC Brasif.

Oscar, braço direito do presidente da Eletrobrás, Wilson Pinto Jr., foi desligado do cargo no último dia 14 de agosto. Entretanto, ele continua a ter acesso a dados estratégicos da empresa.

Em nota, a Associação dos Empregados da Eletrobrás afirma que Oscar, mesmo após sua exoneração, "ainda possui estação de trabalho, e-mail oficial e, mais escandaloso ainda: participa de reuniões de diretoria e lidera grupo de trabalho da venda das participações em SPEs, bem como o processo de privatização das distribuidoras!"

As SPEs são as "Sociedades de Propósito Específico", consórcios entre a Eletrobrás e outras empresas para a execução de determinadas ações ou obras. A estatal possui, atualmente, 110 SPEs.

Os trabalhadores da Eletrobrás acreditam que a presença do "infiltrado" Oscar configura "uma clara situação de conflito de interesses". O que quer um representante de uma de nossas concorrentes infiltrado sorrateiramente na Eletrobrás? Quais interesses ele defende?"

Anteontem, 13 de setembro, Nassif publicou também no seu GGN:

Ontem, o megainvestidor Jorge Paulo Lemann foi visto no prédio da Eletrobras, descendo no elevador com o presidente Wilson Ferreira Junior e a diretora de compliance Lúcia Casasanta.

Certamente foi conferir in loco a próxima aquisição.

Em tempo: Sobre a privatifaria, não deixe de consultar o ABC do C Af.