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Primeiro delator da Zelotes: fui obrigado a delatar!

Do contrário, "só liberariam meus bens em 15 a 20 anos"
publicado 09/08/2019
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Cortez durante depoimento ao MPF em agosto de 2017 (Reprodução/YouTube)

Da coluna de Bela Megale, no Globo Overseas:

O primeiro delator da Operação Zelotes, o advogado e ex-auditor fiscal Paulo Roberto Cortez, afirmou que foi “obrigado a fazer uma delação premiada” para que seus bens e valores fossem desbloqueados. Em um e-mail escrito por ele em 22 de abril, ao qual a coluna teve acesso, Cortez escreveu que, se não firmasse a tratativa, só teria seus bens liberados no final dos processos, o que aconteceria “entre uns 15 a 20 anos”.

A operação Zelotes apura irregularidades do Carf, órgão que funciona como um tribunal da Receita Federal ao qual empresas recorrem sobre multas que receberam. Cortez foi conselheiro do Carf e firmou seu acordo há dois anos com a Procuradoria da República do Distrito Federal, que investiga o caso.

— Fui obrigado a fazer uma delação premiada, porque, caso contrário, meus bens e valores (todos devidamente declarados e registrados), estariam ainda presos e sem possibilidade de eu os utilizar. Foi esse o negócio que tive com a Procuradoria da República, fazer a delação premiada (para eles se promoverem pelo “Brilhante Acordo”), ou então eu somente teria meus bens liberados ao final de todos os processos, o que seria entre uns 15 a 20 anos. — escreveu o ex-auditor.

Cortez disse ainda que, após entregar os documentos da delação, apareceu em “todos os noticiários como se fosse um criminoso, alguém que participou dessas atividades irregulares”, o que, segundo Cortez, não é verdade. Ela também destacou que o Tesouro Nacional teve “enorme economia com o meu procedimento” e que se tivesse ficado calado a "União teria tido um enorme prejuízo com o provimento a todos os recursos voluntários pelo Carf”. No entanto, salienta que com o silêncio não teria tido processos contra si.

Advogado e ex-conselheiro do Carf, Cortez foi alvo de buscas em uma das fases da operação e chegou a ser denunciado por corrupção e tráfico de influência antes de fazer acordo de delação.

(...)

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