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Por que a Caixa patrocina o Corinthians e não o Fluminense

Se não pagar imposto, clube perde o patrocínio
publicado 20/01/2016
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Nesta quarta-feira (20), Paulo Henrique Amorim entrevistou Gerson Bordignon, Superintendente Nacional de Promoções e Eventos da Caixa Econômica Federal, sobre a assinatura de contratos de patrocínio de futebol entre o banco e 10 clubes brasileiros


PHA: Eu vou conversar com o Superintendente Nacional de Promoções e Eventos da Caixa Econômica Federal, Gerson Bordignon. A Presidenta Dilma anunciou ontem, ao lado da Presidenta da Caixa, Miriam Belchior, a renovação de patrocínio da Caixa aos clubes do futebol brasileiro. Eu te pergunto: qual é o critério para se dar mais dinheiro ao Flamengo, ao Corinthians e menos ao Fluminense, um grande do Rio de Janeiro e o time para qual eu torço? Qual é a lógica?

Gerson: A lógica é a seguinte: tamanho de torcida, pois a Caixa, como banco, tem interesse em negocio com torcedores, e a exposição da marca, que é o principal item. E Corinthians e Flamengo são as maiores exposições do futebol brasileiro.

 PHA: Por que está demorando a Caixa fechar negócio com o Corinthians?

Gerson: Não está demorando. O que ocorre é o seguinte: a maioria dos contratos era fechado no meio do ano, e isso era ruim por ser no meio do campeonato. Daí, fizemos a prorrogação dos contratos até o dia 31 de dezembro e agora negociamos o ano fechado com todos os clubes.

O contrato do Corinthians vence no fim de fevereiro, portanto não tem problema nenhum e n´~ao está demorando. Aguardamos encerrar o contrato para renovarmos.


PHA: Quanto a Caixa vai gastar em patrocínio no futebol e o que significa isso em relação ao ano passado?

Gerson: É similar. O valor aumenta um pouquinho em função da entrada dos mineiros [Cruzeiro e Atlético-MG]. Devemos gastar algo em torno de R$ 115 milhões. Ano passado, foi na base de R$ 105 mi.

 
PHA: E por que em Minas vocês patrocinam Atlético e Cruzeiro?


Gerson: Quando falamos em futebol, temos que tomar cuidado com as particularidades regionais. Se você patrocinar apenas um deles, você pode ter uma resistência à sua marca pela torcida do oponente. Nos mercados São Paulo e Rio, essa rivalidade diminui um pouco.


PHA: Você levou em consideração o fato de que a China levou metade do time do Corinthians e, portanto, o Corinthians nesse ano não pode dar à Caixa a resposta que deu no ano passado?

Gerson: Isso tudo a gente tem avaliado, mas quanto a exposição de marca, o Corinthians dará.


PHA: E se um time que a Caixa patrocinar não cumprir o combinado com o Profut, esse programa que permitiu refinanciamento das dívidas e que, segundo a Presidenta Dilma, marca o inicio de uma reforma profunda no futebol brasileiro?


Gerson: A Caixa, como empresa pública, além da regularidade fiscal no âmbito do Governo Federal, exige também no âmbito estadual e municipal. A exigência nossa em certidões é mais abrangente que o próprio Profut. Se ele [o time] deixar de pagar o parcelamento, vai perder as certidões federais e não consegue manter contrato com a Caixa. Falando apenas de regularidade fiscal.

 

PHA: Por que a Caixa não entra na Seleção Brasileira?


Gerson: A Seleção é patrocinada pelo Itaú. Um dos critérios que a Caixa adota é não patrocinar nenhum time que tenha Unibanco ou uma instituição financeira concorrente.


PHA: Por que o Palmeiras não está?

Gerson: O Palmeiras tem a Crefisa, que é um concorrente no mercado financeiro. Ano passado, discutimos com vários times de São Paulo, mas acabamos fechando com o Corinthians.

Com o Santos, na época, o clube tinha um problema de irregularidade e quando ele resolveu já tínhamos fechado os patrocínios da época.

PHA: Em nome da gigantesca torcida do Fluminense, sugiro que você reavalie os seus calculos, enquanto o Fred não se aposenta.

Gerson: O meu time, o Internacional, também não conta [com patrocínio].l