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Para Bolsonaro, Weintraub merece elogios. Paulo Freire, não!

Ele defende um ENEM sem perguntas sobre diversidade...
publicado 18/12/2019
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Bolsonato e o ministro Weintraub em um abraço constrangido... (Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil)

Na manhã desta quarta-feira 18/XII o presidente Jair Bolsonaro parou para sua tradicional conversa com admiradores na porta do Palácio da Alvorada.

O tema do bate-papo, hoje, foi um assunto muito querido pelo presidente: a educação!

Primeiro, o Jair Messias elogiou o trabalho do ministro Abraham Weintraub - aquele que é contra a palavra "educação" e acredita que existem latifúndios de maconha nas universidades públicas: "no meu entender, ele está sendo excelente. Tem certos jornalistas criticando. Está indo bem", disse Bolsonaro.

Em seguida, ele virou a metralhadora para seu novo alvo preferido: o pedagogo e filósofo Paulo Freire, patrono da Educação brasileira.

De acordo com Bolsonaro, a baixa qualidade da educação básica no Brasil é culpa da metodologia freireana: "agora, essa filosofia desse tal de Paulo Freire... 16 anos e olha como está a educação no Brasil", afirmou.

No dia 12/XII, Bolsonaro chamou Paulo Freire de "energúmeno".

As escolas públicas brasileiras, entretanto - raramente utilizam o método de Paulo Freire, apesar de ele ser o terceiro autor mais citado em pesquisas acadêmicas na área das ciências humanas em todo o mundo...

Durante a conversa com fãs, o presidente voltou a elogiar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2019 que, pela primeira vez, excluiu questões sobre a ditadura militar e sobre outros temas que desagradam o bolsonarismo - como diversidade, igualdade de gênero e questões LGBT.

"Prova do ENEM deste ano... Lembra ano passado? A linguagem secreta dos gays. Para que isso? Pessoal me chama de homofóbico. O que acrescenta? Doutrinação", disse Bolsonaro.

O ENEM de 2018 apresentou, em sua prova de língua portuguesa, uma questão sobre gírias utilizadas pela comunidade LGBT - não para fazer qualquer "doutrinação", mas para tratar sobre variações coloquiais do idioma.

Ao final, Jair Bolsonaro sinalizou que a próxima edição do ENEM deveria apresentar uma releitura sobre o período da ditadura militar brasileira: "em vez de falar o que aconteceu de verdade de 64 a 85, publicam mentiras", disse.

Em tempo: Bolsonaro fez o comentário desprezando a questão LGBT poucos dias após uma militante bolsonarista lésbica ser espancada no Rio de Janeiro. O presidente não se pronunciou até agora sobre tal caso de gritante homofobia...

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