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Moniz e os militares: Villas Boas é um Lott?

A intervenção é legal, quando o governo sai dos marcos constitucionais
publicado 04/09/2017
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Villas (E) e Lott: até onde são do mesmo Exército?

A propósito do post "todo o cuidado com os militares, porque a intervenção se sabe como começa e não se sabe como acaba", o professor Moniz Bandeira ofereceu ao Conversa Afiada essa tréplica:

Prezado Paulo Henrique, concordo. Sabemos como começa, sim, mas não sabemos como acaba. É um risco. Porém, não vejo outra saída. Mesmo se Lula for eleito, não vejo o que pode fazer com um Congresso eleito dentro das atuais normas. Seria necessária uma reforma política que não creio que esses políticos possam fazer.

É necessário: 1 - 5% no mínimo de votos do eleitorado para que o partido entre no Congresso; 2 - voto vinculado para evitar que o presidente tenha de comprar deputados para ter maioria e poder governar; 3 - programas definidos para registro partidário; 4 - perda de mandato se o parlamentar trocar de partido pelo qual foi eleito durante a legislatura; 4 -financiamento  de campanha com recursos limitados concedidos pelo Estado; 5 - proibição de financiamento privado; 6 - ficha criminal e política limpa; 7 - nomeação de políticos somente como ministros de Estado e secretários  executivos; 8 - preenchimentos de cargos públicos de órgãos do Estado ou empresas estatais somente com os funcionários, sem vinculação ou indicação política.

Estas e outras medidas são necessárias para democratizar a República presidencialista, que nasceu nos Estados Unidos e cujo presidente tem mais poderes que um monarca absolutista, segundo Montesquieu.

William Maclay (1737-1894, fundador do Partido Democrata e membro do Senado dos Estados Unidos, na primeira legislatura, contou sobre o domínio de interesses privados, que patrocinavam as mais "torpes transações" entre o Congresso e o ministro da Fazenda: a "compra da Câmara de Representantes" pelo governo, "o aluguel de senadores", as ameaças de derrota eleitoral contra os candidatos da oposição.

Não vejo agora outra saída senão uma intervenção cirúrgica, como o general Henrique Teixeira Lott duas vezes fez em 1955, a fim de promover o retorno aos quadros constitucionais vigentes e assegurar a posso de Juscelino Kubitschek na presidência do Brasil.

A intervenção é legal, quando o governo sai dos marcos constitucionais. E no Brasil foi implantada uma ditadura, com verniz de legalidade e de uma fake democracia, sem nenhuma legitimidade e moral, enquanto juízes e procuradores empreendem uma guerra jurídica, em cooperação com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos com base no Mutual Legal Assistance Treaty between the United States of America and Brazil, assinado em 14 de outubro de 1997.

Os gringos, através dessa quinta-coluna já devastaram a Petrobras, as construtoras, que concorrem na América Latina e África com as dos Estados Unidos, e abateram mais de 2,5% do PIB brasileiro.

Como impedir que a destruição do Brasil e do seu patrimônio?

Inclusive a floresta da Amazônia, onde os gringos vão até fazer exercícios militares, o que as Forças Armadas jamais consentiram, pois treinamento só faz em lugares onde um dia se pretende combater.

Seria necessário que o general Villas Boas se dispusesse a pôr os tanques na Esplanada dos Ministérios para evitar o agravamento do caos no país que ele tantas vezes constatou e denunciou.

Abraços para todos, Moniz