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Ministério da Justiça faz dossiê sigiloso contra servidores antifascistas

Não se sabe, ainda, a extensão da devassa
publicado 24/07/2020
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(Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O Ministério da Justiça, comandado por André Mendonça, iniciou em junho uma investigação sigilosa sobre um grupo de 579 servidores federais e estaduais de segurança identificados como integrantes do "movimento antifascismo" e três professores universitários, todos críticos de Jair Bolsonaro.

Segundo reportagem de Rubens Valente no UOL, a pasta produziu um dossiê com nomes, fotografias e até endereços de redes sociais das pessoas monitoradas. O órgão responsável pela caça às bruxas é a Secretaria de Operações Integradas (Seopi), subordinada à Justiça.

A secretária ganhou atribuições de serviço de "inteligência" por um decreto de Jair Bolsonaro e não submete todos os seus relatórios a acompanhamento judicial. Além da Polícia Federal e do Centro de Inteligência do Exército (CIE), o Ministério da Justiça enviou o dossiê a vários órgãos públicos, como Polícia Rodoviária Federal, Casa Civil da Presidência da República, Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Força Nacional.

Como lembra Valente, "o dossiê do Ministério da Justiça se espalhou pelas administrações públicas federal e estaduais e não se sabe a consequência dessa disseminação. Pode ser usado, por exemplo, como subsídio para perseguições políticas dentro dos órgãos públicos".