Mandetta, Maia... Bolsonaro não dorme sem odiar alguém

Fernando Haddad analisou, em entrevista a Leonardo Sakamoto no UOL, a estratégia de Jair Bolsonaro de buscar um inimigo o tempo todo.

"Bolsonaro demitiu Mandetta e logo já atacou Rodrigo Maia. Ele não consegue ir dormir sem odiar alguém", afirmou o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo.

Para Haddad, Bolsonaro está perdido diante da pandemia do novo coronavírus e se preocupa apenas com a perda de popularidade. "Ele não sabe dizer o que vai mudar na política do país com a saída de Mandetta. Queria apenas alguém que não discordasse dele", prosseguiu.

Ele afirma ainda que, independentemente do que aconteça nas próximas semanas, Bolsonaro irá terceirizar a responsabilidade.

"Caso a quarentena reduza a letalidade, ele dirá que ela não serviu para nada. Vai se aproveitar de sua eficácia para afirmar que sempre disse que a pandemia não era nada, uma 'gripezinha' (...) Mas se aumentar consideravelmente o número de mortos, ele dirá que a quarentena não adiantou de nada, que ela não foi capaz de impedir e que todo o esforço de paralisação das atividades, que retarda sim a infecção, não valeu de nada", completou.