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Homicídio caiu mais onde a polícia mirou menos na cabecinha!

Dados do Instituto de Segurança Pública contradizem Witzel
publicado 05/02/2020
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(Charge: Aroeira)

Do UOL:

Ao contrário do que vem afirmando o governador Wilson Witzel (PSC), o recorde de mortes cometidas por policiais no Rio em 2019 não tem relação com a redução no número de homicídios. Levantamento feito pelo UOL com dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) mostra que a redução nas mortes violentas foi maior em áreas onde o número de mortes cometidas por policiais caiu, contradizendo o discurso oficial adotado pelo governo fluminense.

O levantamento comparou os registros de mortes por intervenção de agentes do Estado —quando policiais matam em supostos confrontos— e o indicador CVLI (crimes violentos letais intencionais), que soma os homicídios, os latrocínios e as lesões corporais seguidas de morte. Nas 55 áreas onde houve aumento das mortes cometidas por policiais, a redução foi de 15,2% nas mortes violentas— de 2.952 casos em 2018 para 2.503 no ano passado. Já nas 82 áreas onde a letalidade policial caiu, a queda de mortes violentas foi de 27,7% —de 2.228 vítimas em 2018 para 1.651 no primeiro ano da gestão Witzel.

Em números absolutos, as maiores quedas de mortes violentas ocorreram na área da delegacia de Guarus, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, e em Santa Cruz, na zona oeste da capital —esta última área foi completamente dominada pela milícia em outubro de 2018. Em ambos os casos, houve redução também nas mortes cometidas por policiais.

Em diversos momentos de seu primeiro ano de mandato —e sobretudo quando era questionado por casos de inocentes mortos em operações policiais— Witzel repetiu o argumento de que a atuação das polícias "salvou vidas", atribuindo a redução das mortes violentas no estado diretamente à política de confronto adotada por sua administração —que registrou em 2019 a maior letalidade policial da história do Rio.

"A PM não atira nos civis, não atira nas pessoas. E, se acontece esse tipo de coisa, são erros que têm que ser investigados. Como foi o caso da menina Ághata. Foi investigado, tem aí a denúncia do Ministério Público e a Justiça vai seguir o seu caminho. São milhares de operações que foram realizadas, ninguém aqui deseja que qualquer pessoa venha a sofrer qualquer tipo de violência por conta das operações da polícia. Mas, se a polícia não agisse, em relação ao ano passado, teríamos mais de mil pessoas mortas", repetiu em entrevista à TV Globo no dia 30 de dezembro, ao ser questionado sobre o recorde de mortos pelas polícias do Rio.

(...)

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