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Gilmar: "Forças Armadas não são milícias do presidente"

"Milícia é organização criminosa"
publicado 22/06/2020
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(Foto 1: Nelson Jr./SCO/STF - Foto 2: Marcos Corrêa/PR)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a afirmar, em entrevista à IstoÉ, que as Forças Armadas não têm função de poder moderador em uma disputa entre outros poderes.

"Todos nós temos essa visão. O artigo 142 não dá às Forças Armadas esse papel. E isso também nunca foi reivindicado pelas Forças Armadas. De uns tempos para cá é que se passou a falar desse papel, de intervenção militar, de autogolpe, mas isso nada tem a ver com a Constituição de 88", afirmou Gilmar.

"As Forças Armadas têm cumprido o seu papel, usando o artigo 142 na GLO, para a guarda da ordem. Tivemos colapsos da segurança nos estados e as Forças Armadas atuaram em colaboração com outros poderes, com os governadores dos estados. E isso nunca foi questionado. O país amadureceu muito em termos institucionais e não há razão para se querer retrocessos ou reivindicar um papel que não cabe no contexto da Constituição", completou o ministro.

Ele mandou, ainda, um recado claro aos bolsonaristas que têm apostado na intimidação usando o nome das Forças Armadas:

"Tenho a impressão de que muita gente fala sobre isso sem medir as conseqüências e talvez com o intuito de atemorizar as outras instituições. Muita gente tem assumido esse papel, falando em nome das Forças Armadas, sem nenhuma legitimação e sem procuração para isso. As Forças Armadas não são milícias de um presidente. Milícia é outra coisa. É organização criminosa, que precisa ser combatida e não encorajada".